Artista da Semana

Cesar Garcia

Por Equipe Editorial - junho 26, 2013
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Hoje no Artista da Semana temos Cesar Garcia que está participando do LABMIS no MIS-SP. Nascido em 1986, Cesar vive e trabalha em São Paulo. É bacharel em Artes Plásticas pela ECA-USP. Já participou de exposições por todo o Brasil, incluindo a coletiva Diga-se de Passagem, no Paço das Artes, o 37º Salão de Arte de Ribeirão Preto, em São Paulo, o 1º Salão Xumucuís de Arte Digital, no Pará, o 19º Programa Nascente (São Paulo – USP), o 41º Salão de Arte Luiz Sacillotto (Santo André – SP), entre outras. Em 2012, realizou a Residência Artística LABMIS, no Museu da Imagem e do Som. No mesmo ano, foi aprovado no edital ProAC – Primeira Obra de Artes Visuais, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

Fizemos com ele uma entrevista bem legal! Vale a pena conferir.

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Fale um pouco sobre o seu trabalho (técnicas usadas, material):

Minha pesquisa tem como principais assuntos as relações entre arte e invenção, entre objeto e espaço, entre interatividade e fascínio e seus desdobramentos em obras tridimensionais, instalativas, sonoras, pictóricas e gráficas. Utilizo muitos materiais diferentes para executar meus trabalhos, como modelagem com silicone e resinas diversas, marchetaria, solda, e quase sempre elaboro um componente de eletronica, como motores ou circuitos.

Quais as maiores influências para a criação de suas obras? (movimentos, artistas, música, viagens, assuntos, temas, poética)

Dentre as minhas referências mais importantes posso destacar muitos pintores de raciocínio ótico, como Camille Pissarro, Georges Seurat, Carlo Carrà, Luigi Russolo, entre muitos outros… tenho um estreito diálogo com Abraham Palatnik, Waldemar Cordeiro, Sérvulo Esmeraldo, Paulo Nenflídio, e muitos outros artistas brasileiros da “tradição da traquitana”. Posso citar muitos mais, como Josef Albers, Chuck Close, Carlos Cruz-Diez, Jesus Rafael Soto, Theo Jansen, Reuben Margolin, Daniel Rozin.

Quando e como começou o seu interesse pela arte?

Estudei em um colégio que tinha uma grade de disciplinas que enfatizava o aprendizado de artes visuais, então tive contato com elementos desse universo, como as vanguardas artísticas do modernismo, técnicas como a xilogravura e a pintura em torno dos meus 11 anos de idade. Contudo, meu interesse na arte contemporânea propriamente dita (concursos, salões, galerias) veio apenas depois que entrei no curso de Artes Plásticas da ECA-USP. Antes disso minhas influências eram principalmente histórias em quadrinhos e games.

Quais artistas, na sua opinião, estão se destacando no cenário nacional e/ou internacional atualmente?

Puxa, fico encabulado, pra mim essa é uma pergunta difícil de responder. Tenho visto muito o nome da Vanessa Beecroft nos últimos tempos, no cenário internacional, e li sobre o quanto a Adriana Varejão se consagra como uma das artistas mais bem-sucedidas do Brasil. Mas provavelmente estou esquecendo de um monte de gente importante.

Como você definiria a arte contemporânea?

Vejo a arte contemporânea como um idioma bem particular, em que ninguém é obrigado a saber se comunicar. Contudo, comunicar-se nele é enriquecedor, reconfortante e sofisticado, afinal, faz parte da nossa cultura. É tambem um lugar em que podemos tratar de assuntos das mais diversas naturezas em um tom reflexivo, envolto em estranheza, questionamento ou até humor, que não pode ser exercitado da mesma maneira em outras esferas do conhecimento. Acredito que relação entre o artista e o público é muitas vezes adversarial, e que a construção da obra de arte é resultado de um embate entre as vontades desses dois elementos.

Fale sobre a exposição que está participando e as obras que estão expostas:

            A exposição que estou apresentando chama-se Fototímidos e faz parte da mostra LABMIS, resultado da residência artística de mesmo nome, que realizei entre abril e junho de 2012. Fototímidos são criaturas desenvolvidas com um aparato quilópode e um circuito motorizado, ativado através da luz. São pequenos autômatos que fogem da luz quando iluminados, com movimentos semicirculares aleatórios.

            Existem convenções para as relações entre luz e escuridão que alinham a luz à virtude e as trevas ao vício. Remontam ao mito da caverna, de Platão, que metaforiza a alienação do mundo através da idéia das sombras como ilusões. Ao Iluminismo, onde a luz simboliza a razão. Ao incorporar um certo elemento de humor à experiência imersiva e ao ato de iluminar, bem como ao empregar características humanas (como o medo e a timidez ante a exposição) a seres inanimados, os Fototímidos tornam-se representativos da condição humana, e vêm para reinterpretar esse paradigma simbólico.

            A exposição vai até dia 7 de julho, no Museu da Imagem e do Som, MIS-SP.

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