Artista da Semana

O curioso universo de Patricia Piccinini

Por Equipe Editorial - março 28, 2013
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Fomos atrás da artista plástica Patricia Piccinini para descobrir mais sobre seu curioso e intrigante universo criativo; a artista brinca de laboratório, criando criaturas geneticamente modificadas, que se assemelham com a espécie humana,  misturada ao mundo animal. A exposição parece um espaço de ficção científica, que nos despertam os mais diferente sentimentos.

Pequena biografia:

Patricia Piccinini nasceu em Freetown, em Serra Leoa em 1965 e mudou-se para Austrália com sua família em 1972. Estudou pintura na Faculdade Victoria de Artes de  Melbourne e, logo após finalizar sua graduação, ingressou no projeto Basement Gallery, na qual foi coordenadora durante dois anos. Desde então ganhou o prêmio Australia Council New Media em 2001 e a residência Australia Council em 2006, sendo convidada a expor em diversas instituições de cultura, museus e galerias.

Veja também: Onde produzir quadros em Metacrilato

Fale um pouco sobre o seu trabalho (técnicas usadas, material, linguagem):

Sou interessada em descobrir o sentido de ser humana no âmbito da engenharia genética e em biotecnologia, e como essas tecnologias influenciam na maneira como nos relacionamos com o mundo. O mundo que crio existe em algum lugar entre o que conhecemos e o que está quase sobre nós (a imaginação, ou o futuro). Todavia, o que imagino não é nem um futurístico pesadelo da ruína ambiental nem o incrível progresso da ciência. Ao invés disso, foco no que poderia ser a realidade interna e sentimental dessas criaturas que podem vir a surgir, junto com as mudanças de relacionamento que surgiriam com elas. Minhas criaturas, apesar de estranhas e por vezes inquietantes, não são assustadoras. Em vez disso, é a sua vulnerabilidade que muitas vezes vem à tona. Elas pedem a olhá-las além de sua estranheza, nos convidando a aceita-las. É surpreendente como acabamos as aceitando rapidamente, fazendo-nos lembrar que talvez essa realidade não esteja tão longe do presente, como pensamos. Somos cercados por modificações genéticas escondidas em nossos alimentos e animais, sem ao menos dar conta! Meu mundo é mais repleto de perguntas do que de respostas. Eu não induzo o visitante a pensar qualquer coisa sobre engenharia genética, mas pergunto como eles se sentem frente a essas possibilidades.

Trabalho com uma variedade de materiais e linguagens, de esculturas hiper realisticas feitas de silicone e fibra de vidro, fotografia e video, bem como desenho e pintura.

Quais as maiores influências para a criação de suas obras? (movimentos, artistas, música, viagens, assuntos, temas, poética)

Muito já foi respondido na pergunta anterior, mas vejo que meu trabalho trata predominantemente sobre o mundo que vejo ao meu redor. Sou muitas vezes inspirada por coisas que assisto na midia ou histórias que pessoas me contam, ou mesmo coisas que encontro quando viajo ou no meu próprio bairro.

Quando e como começou o seu interesse pela arte?

Eu sempre fui uma criança que desenhou muito, mas acho que posso dizer que meu real interesse pela arte começou quando ingressei no colegial. Eu me lembro do dia que decidi não ir para a escola – coisa realmente atípica de minha parte – e resolvi caminhar, quando me deparei com a Australian National Gallery. Eu acho que nunca tinha estado lá antes, e fiquei simplesmente encantada pelo que vi e naquele momento desejei fazer parte daquele mundo.

 
Quais artistas na sua opinião estão se destacando no cenário nacional e/ou internacional atualmente?

Eu não posso realmente apontar qual artista é a influência mais importante no mundo das artes, como também não consigo apontar uma só influência em minha produção. Contudo, posso dizer que artistas que têm me influenciado bastante são Berlinde De Bruckyere, Robert Gober, Lee Bul, Louise Bourgeois, Roxy Paine, e esses são só os contemporâneos…

Como você definiria a arte contemporânea?

Penso que a arte contemporânea é uma maneira de olhar o mundo ao nosso redor, e quando ela realmente nos afeta, pode nos revelar o mundo de uma maneira nova, ou mostrar coisas que não havíamos visto antes.

 

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