Desenho

Galeria Gramatura inaugura com foco exclusivo em desenho

Por Equipe Editorial - setembro 6, 2012
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São Paulo ganha galeria com foco exclusivo em desenho contemporâneo, a Gramatura, que inaugura a exposição “Princípios Flexor” em setembro

Ontem, foi inaugurada a galeria Gramatura para expor o melhor do desenho contemporâneo no Brasil. Neste dia, a Gramatura realizoua abertura de sua primeira exposição, “Princípios Flexor”, que traz obras inéditas do artista romeno Samson Flexor ao lado de desenhos de artistas contemporâneos, aberta ao público até o dia 06 de outubro.

A ideia da Gramatura surgiu por conta da paixão da dupla Vinícius Manoel e Ilan Wainstein pelo desenho e pela vontade de unir artistas que pesquisam e produzem trabalhos nesta plataforma. Uma agenda de exposições especialmente curada apresentará e incentivará artistas de diversas vertentes a produzirem desenhos, nas suas mais variadas práticas, estimulando a programação cultural da cidade com mais uma opção para aqueles que apreciam a arte contemporânea.

“A partir do surgimento da arte moderna, originaram-se inúmeras formas e práticas artísticas que fizeram com que o desenho perdesse a sua real importância como arte. Mas o oposto tem acontecido e agora o que se vê é uma grande aposta global da arte no ressurgimento do desenho como uma manifestação dessa habilidade preciosa e fundamental do artista. Hoje, o desenho não é mais notado como uma atividade oculta na produção do artista e sim como uma forma de arte que se justifica por si só”, explica Ilan Wainstein, um dos sócios da galeria.

Dentro desse conceito, nasce, portanto, a exposição inaugural da Gramatura, “Princípios Flexor” que, com a curadoria de Kiki Mazzucchelli, apresenta desenhos inéditos de Samson Flexor e de artistas contemporâneos, como os brasileiros Cibellle, Fabio Gurjão, Hugo Frasa, Carla Zaccagnini, Erika Verzutti, Marcius Galan, Cristiano Lenhardt, Jac Leirner, Vivian Caccuri, Anna Ruth dos Santos, Paulo Monteiro, além do finlandês Benjamin Ostrow, os argentinos Thomas Maglione e Valentina Liernur, o sueco Runo Lagomarsino, o britânico Ross Downes e os portugueses Lucia Prancha e Daniel Barroca. Dessa forma, pretende-se criar novas correspondências entre uma produção moderna junto à contemporânea, expandindo e atualizando os significados e possibilidades de ambas as produções.

Samson Flexor


Esta exposição configura-se como a primeira vez que os trabalhos de Flexor, um dos principais fomentadores dos movimentos da arte abstrata em São Paulo, serão exibidos no circuito contemporâneo. Até então, suas obras somente estiveram presentes em importantes centros culturais, como o MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo) e Instituto Moreira Salles, e grandes exposições como as 10 primeiras Bienais no Brasil.

Os desenhos inéditos selecionados para a mostra “Princípios Flexor”, na Gramatura, datam de diferentes períodos e fases de sua produção. Artista de formação acadêmica, Flexor utilizou o desenho ao longo de toda a sua extensa trajetória, tanto como uma ferramenta para projetos de estampas, murais, pinturas ou vitrais, quanto como expressão artística autônoma. Estarão representadas na exposição diferentes tendências e estilos adotados nas várias fases de desenvolvimento de sua obra: a abstração geométrica, a abstração lírica, o figurativismo naturalista, entre outros.

Nascido na Moldávia, em 1907, Flexor emigrou para Paris em 1924, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Durante a segunda guerra, participou da Resistência Francesa e em 1948 mudou-se para São Paulo, criando seu Ateliê Abstração, localizado em sua residência no bairro da Aclimação, em 1951. Frequentado por jovens artistas como Wega Nery e Nelson Leirner, o Ateliê Abstração foi, durante a década de 1950, um dos mais importantes espaços de formação artística da cidade.

Entre as exposições de que participou, destacam-se: “Do Figurativismo ao Abstracionismo”, no Museu de Arte Moderna, São Paulo, 1949; Bienal de Veneza, 1954; “As Bienais e a Abstração: A Década de 50”, no Museu Lasar Segall, São Paulo, 1978; “Samson Flexor: Do Figurativismo ao Abstracionismo”, no Museu de Arte Contemporânea/ USP, São Paulo, 1990/ 1991. O artista participou das I, II, III, IV, VI, IX, XI, XIII e XX Bienais de São Paulo e da XXVII Bienal de Veneza.

Gramatura

A Gramatura é inaugurada em setembro de 2012 como a única galeria de arte no Brasil com foco exclusivo em desenho contemporâneo.

Com o objetivo de fornecer uma plataforma de estímulo para explorar novos desenvolvimentos na arte atual, a Gramatura destina-se à exibição, comercialização, ao debate e a reflexão sobre a diversidade de temas no desenho, fomentando a produção e apresentando novos resultados criativos. Com proposta de um programa em constante renovação e através de extensa pesquisa e forte visão curatorial, a Gramatura apresenta um conjunto desafiador de vozes, nacionalidades e práticas atuais em desenho.


Dentre os artistas representados pela galeria estão Cibelle Cavalli, Cristiano Lenhardt, Daniel Barroca, Edouard Fraipont, Esteban Piedra Leon, Fabio Gurjão, Felippe Moraes, Hugo Frasa, Lucia Prancha, Roberta Segura, Tomas Maglione, Valentina Liernur e Vivian Caccuri. Outros artistas, num time que estará em constante renovação, terão apenas seus desenhos apresentados pela galeria como Eduardo Sancinette, Erika Verzutti, Jac Leirner, Paulo Monteiro, Pedro Wirz, Ricardo de Castro, Runo Lagomarsino, entre outros.


Por traz da Gramatura estão Vinicius Manoel, mestrando em Artes Plásticas pela UNESP. Desde 2006, trabalha com produção de arte, quando entrou na programação cultural no SESC Pinheiros. Trabalhou com produção de cinema fixado na Nova Zelândia de 2008 a 2010 e, retornando ao Brasil, passou a ingressar o time de produtores da Galeria Luisa Strina. Une-se ao sócio Ilan Wainstein para criarem a Gramatura, projeto disseminador da prática do desenho atual.

Ilan Wainstein formou-se em Desenho Industrial no Mackenzie, estudou e trabalhou com direção de arte e cenografia para cinema em Londres, onde viveu por quatro anos. Sempre a par de tudo que acontece a sua volta nas práticas atuais em arte, como pesquisador amador, desdobra seu tempo em projetos distintos como diretor de arte, cenógrafo e designer de produtos, traz a arte como uma grande inspiração em sua vida e também no seu trabalho, unindo todos esses universos a sua maneira.

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