A arte abstrata de Daniel Mullen
Quem é Daniel Mullen?
O pintor abstrato baseado em Amsterdã, Daniel Mullen, nasceu em Glasgow, Escócia, em 1985.
Ele se formou em 2011 com um BFA da Gerrit Rietveld Academy. Mullen exibiu internacionalmente; Londres, Vancouver, Nova York, São Paulo e recentemente teve seu primeiro show no museu em Berlim.
Seu trabalho também foi adquirido por notáveis coleções privadas e corporativas. Atualmente ele é finalista do prêmio de arte Aesthetica.
Sobre o seu trabalho
Ao aplicar camadas de vidro em combinação com linhas pintadas de borda dura, Mullen cria imagens em camadas que comunicam figurativamente conceitos abstratos.
Ao criar formas ilusionistas, ele pode, até certo ponto, ilustrar uma idéia ou fenômeno abstrato, transformando a abstração em sua cabeça. Impulsionada por um senso de que a arte abstrata não reproduz simplesmente a realidade exterior percebida, mas pode ser uma transferência daquilo que está além de nossa compreensão visual.
Obras em Destaque
É uma forma artística – se seguirmos a opinião de Kandinsky – isso é o resultado de “uma necessidade interna”. Mullen cria um efeito complexo que consegue sugerir a encarnação de algo grande e vasto, mas também talvez apenas isso; uma sugestão e não uma realidade.
Uma ilusão e não a verdade. Como um artesão dedicado que cria meticulosamente todo o seu trabalho sem auxílio digital ou mecânico, ele ainda consegue criar a impressão de reprodutibilidade, que é precisamente o que ele procura destacar em uma era de consumo de massa.
Aonde ver a obra de Daniel Mullen?
Escocês Daniel Mullen estreia no Brasil com exposição na Emmathomas Galeria
Em Equação das Cores, artista apresenta conjunto de telas abstratas e convida o público a embarcar em uma experiência sensorial
Tocar as cores, sentir o gosto dos sons e relacionar cheiros a imagens de maneira automática, sem qualquer relação com memórias afetivas. Chamada de sinestesia, essa confusão sensorial é definida por uma condição neurológica em que o estímulo em determinado sentido provoca reações em outro. São raros os sinestetas, mas a prática pode ser experienciada por todos, se estimulada sob determinados impulsos. É o que pretende Daniel Mullen, artista escocês que agora integra o corpo representado pela Emmathomas Galeria e que apresenta no Brasil a individual Equação das Cores, em cartaz entre 30 de março a 4 de maio.
“Suas pinturas, feitas quase sempre em tinta acrílica, são formadas por dezenas de camadas, que, juntas, representam uma outra sensação comum para os que levam consigo essa aptidão extra: a de ver as cores do tempo”, reflete Ana Carolina Ralston, que assina a curadoria da exposição.
Mullen traz para o país obras inéditas de Synesthisia, série concebida em colaboração com a também artista e cineasta americana Lucy Cordes Engelman, com quem hoje é casado. Na exposição, ele apresenta um conjunto de nove pinturas abstratas, na qual mantém a perspectiva em primeiro plano e coloca as cores como ponto de partida para projetar espaços e direções. “Minha pintura é um portal para que o espectador mergulhe em uma experiência sensorial. Quero que ela seja um lugar de reflexão”, pontua.
A relação de Mullen com este universo teve início justamente após a aproximação de Lucy, cineasta para quem os números e as letras têm uma conexão direta com as cores. Atualmente, ela colabora com a produção da série ajudando-o a definir as combinações cromáticas que nascem das linhas traçadas pelo artista em suas telas. O processo criativo do casal começa na escolha de datas específicas. Cada fração matemática que a compõe emite uma cor específica no cérebro de Lucy. O número dois, por exemplo, para ela é representado por um tom de amarelo. “Desvendo os códigos do tempo, encontrando as cores de cada número através de seus olhos. O tempo e as cores são os dois fatores variáveis e necessários para desvendar essa equação”, explica o artista.
A combinação precisa entre a pigmentação e a geometria presente nos trabalhos de Synesthisia cria perspectivas incomuns e confundem o espectador com jogos de ilusão de ótica, em uma referência direta ao movimento cinético dos anos 50. Com a técnica adotada pelo artista, as telas ganham volume, aparentando ter incrustadas, em sua superfície, dezenas de chapas de vidro multicolorido que caminham em direção ao observador.