Exposições e Eventos

Alunos do Parque Lage abrem a exposição “É pra ontem!”, no Ateliê 31

Coletivo de alunos do Parque Lage apresenta a exposição “É pra ontem!”, no dia 15 de dezembro, no Ateliê 31, com trabalhos que refletem as demandas do meio-ambiente, memórias, tecnologia e relações históricas entre culturas e mercado, em suportes como desenhos, pintura, objetos, colagens.

Por Equipe Editorial - dezembro 11, 2023
322 0
Pinterest LinkedIn

O Ateliê 31 apresenta a exposição coletiva “É pra ontem!”, com abertura no dia 15 de dezembro (sexta-feira), das 16h às 20h, com trabalhos que abordam inquietações por meio de atos estéticos sobre as urgências dos tempos atuais em torno de pautas como meio-ambiente, memórias e tecnologia, e o impacto das pressões, condições e limites das relações cotidianas com o mundo.

Com curadoria de Shannon Botelho, a mostra tem a participação de 10 artistas contemporâneos – brasileiros e estrangeiros -, que estiveram reunidos ao longo do ano de 2023 em torno do curso que investiga desenho, processos e práticas poéticas, conduzido pelo professor e artista visual Valério Ricci Montani, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. São eles: Acácia Almeida, Anne-Marie Maculan, Cy Tello, Gilda Nogueira, Kim Badawi, Mamaditeiu (Cristiana Braga), Marilene Nacarati, Silvana C. Nicolli, Valério Ricci Montani e Zilah Garcia.

Ateliê 31
Kim_( _Series _Art imitates Life_)

“Os artistas, em uma realidade tão complexa, experimentam duplamente esse impasse temporal, pois vivem num mundo acelerado e produzem trabalhos que discutem os limites do tempo presente e todas as suas implicações na vida cotidiana. Discutir temas atuais e as urgências do mundo contemporâneo, é uma das formas mais eficazes de agenciar mudanças positivas através da produção artística”, destaca o curador Shannon Botelho.

Desenhos, pintura, objetos e colagens compõem a totalidade da mostra que ocupa a galeria principal do Ateliê 31, e que tem como discurso conceitual a imagem como forma de elaboração, projeção de memória ou desejo em uma instância da consciência.

“É pra ontem!” evoca a urgência como a palavra de ordem no tempo presente. “Apesar do nome que define a exposição não desejamos que a lógica atual da percepção temporal ganhe vulto entre nós. Ao contrário, o convite que fica estabelecido é que cada visitante possa experimentar e fruir com tranquilidade os instantes de interação com as obras, permitindo que cada uma delas transmita o seu discurso e componha uma narrativa que nos coloque no coração do tempo”, destaca o curador.

Conheça os artistas

Acácia Almeida

Nasceu em Recife – PE, vive e trabalha no Rio de Janeiro – RJ. Iniciou sem contato com a arte através da dança, do canto, quando foi solista de coral, e do teatro.
Em 2022 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage para cursar Desenho, com o professor e artista Valerio Ricci Montani. Na sua prática, busca se aprofundar e refinar suas habilidades artísticas, experimentando técnicas diversas, enriquecendo seu repertório de conhecimento sobre arte, e aguçando com seu olhar sobre a profundidade dos detalhes e da emoção por trás dos desenhos. Na sua obra trabalho, a artista presta uma homenagem à sua avó Maria José, que foi uma mulher de origem humilde, guerreira, trabalhadora, esposa leal, mãe incondicional, que diante de muita luta, trabalho e sofrimento ao longo da vida, criou seus filhos, sobrinhos, netos, filhos adotivos, com amor e dedicação, muitas vezes abrindo mão até de si mesma para se doar ao próximo. Assim, a artista faz uma alusão a música “Maria Maria” de Milton Nascimento, homenageando todas as “Marias” que temos em nossas vidas, que merecem ser lembradas e eternizadas em nossos corações.

Anne-Marie Maculan

Nascida na França, vive no Brasil desde 1971. De 1985 a 2014, foi professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Iniciou-se à fotografia nos anos 80. A partir de 2014, passou a se dedicar quase exclusivamente à fotografia. Estudou no Ateliê da Imagem (2014), no Ateliê Oriente (2016), no Espaço Foto Contemporânea (2018), na Casa Fotografia e Arte Contemporânea (2016-2023). Em 2018 tornou-se aluna do professor Valério Ricci Montani a procura de adquirir o domínio de novas formas de expressão através o desenho. Segue estudando na Escola de Artes Visuais do Parque Laje. Nos trabalhos atuais a artista se alimentou de um conjunto de “memórias” que compõem o seu patrimônio cultural, como um tipo de pot-pourri em que se misturam personagens da mitologia grega ou latina. São figuras míticas que surgem em várias ocasiões quando palavras, ideias ou imagens as levam a estabelecer ligações com esse mundo mitológico. Alimentam essa miscelânea, imagens da natureza: vegetação, plantas, pedras, rochedos, nuvens e rios. Figuram também alguns animais míticos, que povoam o legado helenístico.

Cy Tello

Artista contemporânea, ex-designer têxtil, com formação em Artes de Animação 2D e Desenho Gráfico pela Universidade Woodbury, na Califórnia. Aluna da escola de Artes Visuais do Parque Lage, ela representa a terceira geração de mulheres artistas de sua família. Investiga as multi-dimensões da nossa realidade no contraste cultural que marcou suas memórias de infância e moldaram a sua identidade visual. Seu trabalho é uma tentativa de capturar a essência do vazio, do espaço ocupado pelo que não pode ser visto, inspirado por um delírio cultural Americano de decorar suas casas com papel de parede, de encobrir seus defeitos e introduzir o ‘belo’ ao seu meio ambiente. Muito popular nos anos 70 nos EUA, foi essa popularidade que levou o papel de parede a ser considerado o parente pobre das artes decorativas, e o que levou a artista a criar uma nova narrativa para esse meio, baseado em suas memórias de infância e o mundo imaginativo que as figuras no papel de parede a proporcionavam.

Gilda Nogueira

Nasceu em Lisboa, Portugal. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Comunicação Social/Publicidade pela PUC – MG, cursou o Programa de Formação em Arte da FAOP-MG (Fundação de Arte de Ouro Preto). Frequenta ateliês de desenho e pintura na EAV Parque Lage – RJ, e outros cursos virtuais, com o Espai – BH e Júlia Panadés. Adepta da experimentação e do entrelaçamento entre arte e vida, estudou oito anos de psicanálise, organizou e atuou em feiras livres. Persegue um modo de vida alternativo, revivendo valores da cultura hippie e cultivando trajetória empírica e não-acadêmica. Participou de exposições coletivas na Galeria Nello Nuno em Ouro Preto, MG e na Fábrica Bhering e na Arena Pavuna – RJ. Também participou de exposições coletivas itinerantes de gravura do Escambo Gráfico por 3 anos consecutivos. Em seu trabalho intitulado “Travessia”, Gilda fala da memória que associa à água: fluida, móvel, distorcida, ilusória, borrada. A narrativa parte da Revolução dos Cravos em Portugal, o evento que trouxe sua família para o Brasil. Sobre uma superfície aquática com as primeiras páginas de jornais portugueses do dia da revolução, a artista espalha seus personagens: infância, família, ancestrais e descendentes, com seus ‘eus’ do passado.

Kim Badawi

Nasceu em 1980, em Paris. Antropólogo visual americano, de ascendência egípcia e eslovena, que iniciou sua carreira fotografando a situação de famílias refugiadas do Mississippi ao Texas após o Furacão Katrina, em Nova Orleans. Selecionado para publicação pelo Centro de Estudos Documentários da Universidade Duke, o trabalho de Kim aparece na exposição e no livro “25 Under 25: Fotógrafos Americanos Emergentes”. O livro “The Taqwacores” de Badawi, que aborda a história do punk muçulmano americano, foi lançado pela power House Books, em 2009, e inspirou um filme de mesmo nome. Grande parte do trabalho de Kim foca em culturas híbridas, fronteiras difusas e apropriação cruzada como uma tentativa de quebrar estereótipos visuais. Ao cobrir as revoltas árabes a partir de perspectivas únicas no Egito, Kim produziu o primeiro estudo antropológico visual aprofundado dos primeiros assentamentos Chineses no norte da África. Atualmente, seu trabalho o levou a todas as partes da Europa, Oriente Médio, América do Norte e agora está baseado na América do Sul, onde continua a reportar enquanto trabalha em um projeto pessoal focado na fusão da cultura antiga e contemporânea. Seu livro mais recente, “No Honey No Money”, é um livro de arte único que une a arte popular e a narrativa contemporânea, lançado no outono de 2018 pelo Museu Etnográfico de Liubliana, na Eslovênia.

Mamaditeiu (Cristiana Braga)

Nasceu em 1958, no Rio de Janeiro. Criança, estudou dança em escolas como Estagium Ballet e American Ballet Theatre, chegando a se apresentar com a Cia. Maurice Bèjart. Em 1983, abriu o antiquário Beaux Arts, onde se especializou em compra, venda e expertise de objetos de arte. Estudou escultura com Ricardo (1998) e a partir da década de 90 inicia sua produção em escultura, utilizando sucatas de ferro e em seguida, começa a usar diversos outros materiais de metal. No início dos anos 2000 estuda desenho, escultura e pintura no Parque Lage, com Maria do Carmo Secco, Iole de Freitas e Chico Cunha, entre outros; mais recentemente realizou curso sobre colagem com Pedro Varella (2022). Suas mais recentes exposições são: Pipa Concept Projetos e Tramas e Tarsila do Amaral (2019/2022); Projeto Mamaditeiu – Chácara Tropical, RJ (2016); 3 Passos Casa de Cultura Laura Alvim, RJ (1999). Além de sua produção autoral, Cristiana realiza atividades ligadas à assistência social, onde produz bolsas e diversas peças com materiais reciclados.

Marilene Nacarati

Carioca, vive na cidade do Rio de Janeiro. Tem formação em Arquitetura e Urbanismo, especialização em Análise Ambiental, Computação Gráfica, e, mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais. Integrou o quadro dos arquitetos da Prefeitura do Rio de Janeiro até 2018. Iniciou as práticas do desenho e da fotografia na universidade e na carreira profissional. É aluna da EAV – Parque Lage desde 1997. No campo da arte, usa o desenho e as técnicas fotográficas como meios de expressão. Participou de exposições coletivas e de publicações. Tem como principal interesse a pesquisa de questões entre a sociedade, o meio ambiente e a paisagem. No seu trabalho mais recente “Devolvendo o casaco que peguei de vocês”, a artista desenha um casaco vermelho em “tamanho real”, na busca de identificar, resgatar e dar visibilidade a elementos fundamentais à vida.

Silvana C. Nicolli

Carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFRJ e pós-graduada em Filosofia Contemporânea, pela PUC-Rio. Possui mestrado e doutorado em História Social da Cultura, também pela PUC-Rio. Lecionou na área de Teoria e História das Artes e Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ. Aluna da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, tendo passado pelos cursos de Modelo Vivo, Fotografia, Gravura, Pintura e Desenho. Pesquisa os temas da abstração e transparência tanto em seus espectros conceituais como nos representacionais implicados na produção de imagens. Seu trabalho compõe a imagem de dois carros abertos numa estrada, recortada a partir de uma fotografia jornalística referente ao início da Guerra na Faixa de Gaza, com a imagem de um grupo de mulheres numa roda de dança retirada da pintura La joie de vivre (1905) de Matisse. O trabalho visa refletir a pregnância da expressão, “Faixa de Gaza”, que se refere não somente ao combate que se desenrola atualmente na realidade, mas também à metáfora para conflitos aparentemente insolúveis pertencentes aos dramas da humanidade e mesmo de vida (inter)pessoal.

Valério Ricci Montani

Nasceu na Itália (1976), vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista visual e professor da EAV do Parque Lage e da PUC Rio. Graduado e pós-graduado em Artes Visuais na Accademia di Belle Arti di Frosinone e di Roma, Itália. Foi residente na Résidence Artistique l’Echangeur 22, Avignon (2015), Mongin Artist in Residence Program em Seoul (2011) e na HSF – Harlem Studio Fellowship em Nova York (2009).
Suas obras estão presentes nas coleções Gilberto Chateaubriand, MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Collezione Musumeci Greco, Roma; Nomas Foundation, Roma, entre outras.

Zilah Garcia

Nasceu em 1967, em Olímpia – SP. Vive e trabalha em São Paulo. Teve seu primeiro contato com arte a partir dos cinco anos de idade, no ateliê de pintura em porcelana e gesso da sua mãe. Formada em 1989 em Turismo, com especialização em Controle de produção, se dedicou por 28 anos ao mercado têxtil e de moda, se tornando referência em produção de costura no país. Sempre ligada a arte, frequentou cursos, bienais e exposições pelo mundo. Em 2018, aprofundou suas raízes artísticas e italianas ao cursar afresco em Firenze, Itália. Entre 2019 e 2022, explorou a aquarela, adicionando uma nova leveza aos seus trabalhos. Este período foi marcado por cursos com renomados artistas como Avelino, Leandro Nunes e Eudes Correia, além de imersões artísticas na Itália, incluindo uma com Marcos Becarri. Em 2022 abriu seu ateliê dedicando-se exclusivamente à sua pesquisa. Em 2023 cursou “Desenho e Experimentação”, com Valerio Ricci Montani e “Isso é arte”, com Daniela Machado, no Parque Lage – RJ. Em sua pesquisa, Zilah convida o expectador a refletir sobre seu próprio impacto ambiental e a considerar maneiras de transformar tanto o lixo material quanto o psicológico em suas vidas. Seus trabalhos retratam a luta constante contra a ecoansiedade, um fenômeno crescente diante da degradação ambiental e são um chamado à ação, um convite para contemplar, entender e finalmente agir diante dos desafios do Antropoceno.

Sobre o Ateliê 31

Inaugurado em abril de 2023, o Ateliê 31 se firmou como um ponto de encontro para a cena artística carioca e potencializador do projeto de revitalização do centro do Rio de Janeiro. Neste período, realizou oito exposições, entre coletivas e individuais, e recebeu quatro residentes, tendo suas pesquisas e trabalhos sob o acompanhamento curatorial de Shannon Botelho, curador e crítico de arte, responsável pela gestão artística do espaço.

Com um total de 220 m² e localizado em um ponto estratégico do centro do Rio de Janeiro – Rua México 31 -, próximo aos principais museus, centros culturais, estações de metrô e teatros da cidade, o Ateliê 31 é um espaço de arte independente e com a proposta de proporcionar aos artistas cinco salas exclusivas de ateliês; uma sala para exposições que abrigará mostras coletivas e individuais; uma sala para residentes nacionais e/ou estrangeiros; áreas comuns para encontros, troca de ideias e criações; ambiente colaborativo para workshops, palestras e outros eventos; e suporte para artistas contemporâneos, através do acompanhamento artístico e de carreira.

Serviço

Exposição: É pra ontem!
Curadoria: Shannon Botelho
Abertura: 15 de dezembro de 2023, 16h às 20h
Visitação até 30 de janeiro de 2024
Segunda a sexta-feira das 13h às 18h.
Ateliê 31 – Rua México, 31, sala 1003, Cinelândia – Centro. Rio de Janeiro – RJ
Entrada gratuita.

Leia também: “Vírgula”, a individual de Douglas Knesse na Galeria Iconic, no RJ

Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi bem sucedida.

Você quer receber informações sobre cultura, eventos e mercado de arte?

Selecione abaixo o perfil que você mais se identifica.

Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários