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Entrevista com Claudio Alvarez sobre a mostra “Quando Vemos”

Por Equipe Editorial - dezembro 5, 2019
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Você pode contar um pouco sobre o tema da exposição? O que você deseja transmitir?

“Quando Vemos”, apresenta uma série de trabalhos desenvolvidos durante este ano, de 2019, cuja temática persiste na investigação dos modos pelos quais se dá a percepção. Pretendo transmitir, de certo modo, o processo de apreensão que resultou nestas obras e instigar o espectador à reflexão sobre seu próprio modo de ver.

Algumas obras exploram, de maneira mais direta, ilusões de ótica, no entanto, quando observadas, parecem reais e é real enquanto aparência. Este estranhamento diante do objeto pretende ser uma provocação e que, acredito, deve levar o espectador a algumas possíveis indagações. Em outras, são questões espaciais e temporais que estão em jogo. O deslocamento ou a iminência deste movimento são os elementos constitutivos inerentes a obra.


As obras são inéditas? Foram feitas em quais suportes?

Apresentarei doze obras inéditas. A exposição contará com 14 obras no total, incluindo duas obras, também de 2019 e que farão parte desta curadoria. A maior parte de meus trabalhos são executados em aço inox, madeira, vidro e acrílico. Além destes materiais, uso lentes, refletores, imãs e espelhos. Para esta exposição usarei também como suporte, monitores LED.


Em seus trabalhos, você relativiza e investiga a percepção humana a partir de obras que propõem movimento, ilusões de ótica, e uma pluralidade de relações entre espaço e tempo. Como surgiu seu interesse por essa pesquisa?

Pela curiosidade e por uma série de indagações a propósito de fenômenos naturais e cotidianos. Este interesse pelos aspectos externos dos fenômenos e que se traduziram na plasticidade do trabalho, em algum ponto do meu percurso me conduziram a refletir sobre a percepção. O fenômeno lá fora é também uma maneira peculiar de perceber. A percepção se dá no interior e não no exterior. A definição de realidade ou ilusão pode também se apresentar como uma escolha, aceitando o simulacro como real ou vice-versa.


O que mudou e o que permaneceu em seu fazer artístico dos anos 1980 para cá?

Permaneceu a poética e a essência do processo criativo baseado na investigação. O fio condutor permanece o mesmo, porém a soma dos resultados provocou transformações graduais à medida que novas descobertas passaram a compor meu repertório. Surgem novos caminhos que apontam novas possibilidades. Tem sido assim! As mudanças fazem parte do processo.


A geometria está fortemente presente em suas obras, de onde vem esse encantamento pelas formas e linhas?

Talvez este encantamento com a geometria, principalmente com as linhas, venha de muito longe. Entre as lembranças visuais mais nítidas da infância estão aquelas imensas torres que seguravam lá no alto fios que se conectavam a outras torres. Em alguns destes fios ficavam suspensas misteriosas esferas que pareciam flutuar quando os fios se perdiam na distância. Hoje, em escala menor, as estruturas, os fios e as misteriosas esferas retornam no meu trabalho somados aos diversos elementos que surgiram ao longo do meu caminho. 


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Serviço

  • Exposição “Quando Vemos”
  • Data: 03/12/19 a 08/02/2020
  • Local: R. Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo
  • Galeria Lume
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