A Pinacoteca de São Paulo apresenta Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas, exposição panorâmica da carioca Adriana Varejão. A mostra é a mais abrangente já realizada sobre o trabalho de Varejão, reunindo, pela primeira vez, um conjunto significativo de mais de 60 obras, desde 1985 até 2022.
O diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo, Jochen Volz, assina a curadoria da exposição. A seleção dos trabalhos propõe uma narrativa da obra de Varejão, uma das artistas brasileiras mais potentes da atualidade.
Sua obra põe em pauta o exame reiterado e radical da história visual, das tradições iconográficas europeias e das convenções e códigos materiais do fazer artístico ocidental. Desde suas primeiras pinturas barrocas, a superfície da tela nunca é mero suporte; ao contrário, é um elemento essencial da mensagem da pintura. O corte, a rachadura, o talho e a fissura são elementos recorrentes nos trabalhos da artista desde 1992. Varejão não tem medo da ruptura e da experimentação.
A exposição ocupa 7 salas da Pinacoteca, assim como o Octógono. A curadoria inclui desde as primeiras produções, quando Adriana ainda estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage ,como as pinturas A praia, O fundo do mar e O Universo, todas de 1985, e chega até as recentes pinturas tridimensionais de grande escala da série Ruínas de charque.
Para o Octógono, espaço central da Pinacoteca, serão apresentados dois trabalhos inéditos produzidos especialmente para esta exibição: Moedor (2021) e Ruina 22 (2022). Um terceiro destaque deste conjunto é Ruína Brasilis (2021), doado pela artista para a coleção da Pinacoteca e esteve em sua última exposição em Nova York no ano passado.
Importante destacar que muitas das obras desta mostra tiveram pouca ou quase nenhuma visibilidade no Brasil, ganhando rumos internacionais quase que imediatamente após a sua realização. É o caso de Azulejos (1988), primeiro trabalho em que Varejão usa como referência um painel de azulejaria portuguesa, encontrado no claustro do Convento de São Francisco, em Salvador.
A tela, que pertence a uma coleção europeia, antecede os seus famosos “azulejos” que acabaram se tornando um fio condutor para tantas outras peças, aparecendo como suporte, geometria ou objeto pictórico. Dada a importância desta matéria em sua trajetória, uma das salas da exposição está dedicada as pinturas influenciadas pela azulejaria portuguesa, entre outras a instalação Azulejões (2000) com 27 telas de 100x100cm cada.
Adriana Varejão (1964, Rio de Janeiro) vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira nos anos 1980 e, desde cedo, desenvolveu uma linguagem vigorosa e singular. Sua poética joga luz sobre referências culturais diversas e as múltiplas histórias da formação da identidade nacional se utilizando de suportes variados.
Uma das artistas mais importantes de sua geração e reconhecida nacional e internacionalmente, Varejão teve seu trabalho exposto em importantes instituições como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Museum of Modern Art de Nova York e o Hara Museum of Contemporary Art, de Tóquio.
Sua obra faz parte de coleções privadas e públicas, como a da Pinacoteca de São Paulo, do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu de Arte de São Paulo (MASP). No exterior, seu trabalho pode ser visto,entre outras, nas coleções da Tate, na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, no The Metropolitan Museum of Art, e no Guggenheim Museum, Nova York. Um pavilhão permanente dedicado a sua obra foi inaugurado no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, em 2008.
Exposição Adriana Varejão: Suturas,fissuras, ruínas
Período: 26.03.2022 a 1.08.2022 (de quarta a segunda, das 10h às 18h.)
Local: Edifício Pinacoteca Luz – Praça da Luz 2, São Paulo – SP. 1º andar e Octógono
Ingressos no site da Pinacoteca
R$ 20,00 (inteira), R% 10,00 (meia entrada). Gratuito para crianças até 10 anos e pessoas acima de 60 anos. Aos sábados, entrada gratuita para todas as pessoas.
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