“Ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos” O Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe a exposição . A mostra sugere uma releitura histórica da exposição do grupo que aconteceu no MAM São Paulo em 1952 e que teve duração de somente 12 dias. Naquele ano, o grupo lançava um manifesto homônimo que defendia o uso da arte aplicada ao cotidiano. O documento e a exposição apontaram diretrizes para formação da arte concreta brasileira, que se formaria ao longo daquela década, tornando o Ruptura imprescindível para o movimento.
Com curadoria de Heloísa Espada e Yuri Quevedo, a mostra propõe uma revisão crítica do legado da arte construtiva no Brasil. O manifesto ruptura defendia a arte geométrica em detrimento à figuração, disputa que alimentou debates no mundo das artes durante o período. Em 2022, o conjunto de obras expostas traz à tona novas reflexões coletivas, questionamentos e análises contemporâneas. Para a curadora Heloísa Espada, “O grupo defendia a abstração como projeto de transformação, capaz de permear o cotidiano das pessoas, influenciando a indústria e organizando a vida em suas mais diversas escalas: das artes plásticas ao design, da arquitetura à cidade.”
Formas geométricas, cores vibrantes, linhas e pontos refletem sobre um momento de estudo e transformação, que, com fortes interferências do estudo da psicoterapia de Gestalt, trabalha a percepção e a sensação do movimento, criando possibilidades e formas intermináveis, com diferentes percepções visuais e dinamismo no olhar. Os artistas sugerem formas para que o público seja estimulado a interpretar a obra e desenvolver sua própria visão geométrica.
A exposição apresenta uma hipótese que mais se aproxima da mostra original de 1952, reunindo um conjunto de obras e registros fotográficos que remetem a ela, trazendo trabalhos que representam a produção dos artistas no início dos anos 1950 e, inclusive, duas pinturas que estiveram em exibição na ocasião: Desenvolvimento ótico da Espiral de Arquimedes (1952), de Waldemar Cordeiro, e Vibrações Verticais (1952), de Luiz Sacilotto. Entre os artistas participantes estão Geraldo de Barros, Augusto de Campos, Lothar Charoux, Waldemar Cordeiro, Kazmer Féjer, Hermelindo Fiaminghi, Leopoldo Haar, Judith Lauand, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto e Anatol Wladyslaw. A mostra conta com obras raramente vistas de Haar que estão guardadas em acervo familiar desde quando o artista faleceu, em 1954, não tendo sido exibidas em nenhum local desde então. Além disso, o manifesto ruptura poderá ser visto em sua condição original.
A história reunida na exposição faz leitura de uma realidade desigual e desafiadora, mas que rememora e valoriza o engajamento e a persistência do grupo que explorou problemas e criou possibilidades infinitas e libertárias de imaginar e ver o mundo.
“Depois de antecipar as discussões sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 no ano passado, a programação do MAM SP em 2022 reflete sobre uma outra geração de artistas modernos que estão intimamente ligados à história do museu. Trata-se de um grupo que participou ativamente dos primeiros anos do MAM e que tinham um ideal utópico que revela muito do ambiente cultural em que o MAM foi criado”, discorre Cauê Alves, curador-chefe do MAM São Paulo.
“A mostra sobre o grupo ruptura, além de dar visibilidade a artistas tão importantes na invenção da arte concreta e no abstracionismo geométrico no Brasil, revê um momento fundamental da história da arte e da história do MAM. São poucas as instituições culturais que podem revisitar uma exposição que ela mesma realizou 70 anos depois.” diz Elizabeth Machado, Presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo
Anatol Wladyslaw; Geraldo de Barros; Hermelindo Fiaminghi; Judith Lauand; Kazmer Féjer; Leopold Haar; Lothar Charoux; Luiz Sacilotto; Maurício Nogueira Lima e Waldemar Cordeiro.
Grupo Ruptura foi um conjunto de artistas que marcou o início do movimento de arte concreta em São Paulo, no Brasil. Criado em 1952, era liderado por Waldemar Cordeiro (também seu maior teórico) e composto, inicialmente, por Geraldo de Barros, Luís Sacilotto, Lothar Charoux, Kazmer Féjer, Anatol Wladyslaw e Leopold Haar. Em seu manifesto, é proposta a “renovação dos valores essenciais das artes visuais” através das pesquisas geométricas, aproximando arte e indústria, e com o desligamento da tradição abstracionista passada.
Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM SP foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM SP. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.
“Ruptura e o grupo – abstração e arte concreta, 70 anos”
Período expositivo: De 02 de abril a 03 de julho
Local: MAM São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça à domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: R$25,00. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.
Ingressos disponibilizados online
Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de SP, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.
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