Myriam Glatt e mais 9 artistas participam da exposição A alegria não é a prova dos nove, que tem a curadoria de Alexandre Sá. A mostra funciona como um arquipélago de 9 ilhas – cada uma é um expositor, que possui técnicas, mensagens e instalações diversas.
Não se trata de uma coletiva, no sentido de uma construção ampliada com trabalhos diversos de modo a potencializar questões em comum, mas de um revés, como explícito no subtítulo. São individuais que formam este arquipélago de pontos singulares, excêntricos, capazes de provocar a construção de um espaço-tempo. Os trabalhos têm relação com a arquitetura do local.
Exposições individuais de: Alex Frechette, Clarisse Tarran, Davi Pereira, Eduardo Mariz, Helena Trindade, Ivani Pedrosa, João Paulo Racy, Myriam Glatt e Nathalie Nery.
Praça de comércio é uma instalação de Myriam Glatt que indica e reforça o desejo e a coragem que a artista nutre por atravessar suas questões indiciais para propor novas mixagens e rearranjos diante da efemeridade matérica que borda parte do seu trabalho.
Se mais recentemente revisitou a pintura na tela, linguagem essa desenvolvida nos primórdios; para esta exposição, tal prática pictórica é conjugada à uma materialidade que sempre lhe interessou: o descarte de materiais ordinários, como as caixas de papelão, que paradoxalmente carregam silenciosos grande parte da circulação de produtos, provocando, promovendo e povoando ritmos particulares para uma cidade como o Rio de Janeiro.
Agora, Myriam Glatt produz uma certa genealogia de sua pesquisa e justifica sua particularidade pictórica que sempre desaguou e contaminou o espaço. Estar na Casa França Brasil lhe é particularmente especial, pois além da reminiscência migratória de seus ancestrais, as caixas remetem à memória do espaço, primeiro prédio neoclássico criado por Grandjean de Montigny no Brasil com a função de ser um local de comercialização e troca de mercadorias.
Por outro lado, se originalmente fora chamado de Praça do comércio, a artista num golpe rápido, faz uma pequena mudança e chama sua proposta de Praça de comércio. Como se nos interrogasse quais são os devires possíveis na abordagem de um trabalho de arte diante de um sistema particular e voraz de legitimação e comercialização, ainda sob legado de um universo pop precário instaurado na paisagem.
As embalagens produzem então, quando postas em um espaço expositivo inevitavelmente imantado e ativadas pela cor do gesto da artista, um semblante de obra para que só assim, gravem em nós que a arte é também, mero invólucro em ficção. Linguagem
Alexandre Sá
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