Como foi o Rotas Brasileiras 2023?
Confira o balanço da segunda edição do evento, que aconteceu entre 30 de agosto a 3 de setembro e surpreendeu o mercado!
O Rotas Brasileiras 2023, promovido pela SP–Arte, consolidou-se no roteiro cultural como um evento de valorização e difusão da arte de todo país. A feira recebeu, de 30 de agosto a 3 de setembro, 15 mil visitantes – entre formadores de opinião, amantes e profissionais das artes, colecionadores e curadores nacionais e internacionais.
O público pôde apreciar na ARCA, em São Paulo, obras de cerca de 300 artistas em 70 projetos curados que exaltaram a riqueza e pluralidade da arte brasileira. Para Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da feira, “Rotas Brasileiras consolida um movimento muito necessário de valorização da arte brasileira em todas as suas vertentes e de todas as origens geográficas e culturais. A feira celebra essa diversidade e promove intercâmbios entre artistas, galerias, curadores e colecionadores, criando novas oportunidades para todos. Importante notar que esta cena atrai também olhares internacionais. Nesta edição, recebemos representantes de cerca de 40 museus e instituições internacionais”.
Entre os nomes do cenário internacional que passaram pelo Rotas Brasileiras estavam Clara Kim, curadora-chefe e diretora de assuntos curatoriais do MOCA Los Angeles; Vivian Crockett, curadora do New Museum e co-curadora da 2026 New Museum Triennial; Matilde Guidelli-Guidi, curadora assistente do Dia Art Foundation; Guadalupe Requena, diretora institucional da Fundación Malba; David e Nancy Frej, colecionadores de Chicago; Jennifer Inacio, curadora associada do Pérez Art Museum, Miami; e Tatiana Cuevas, curadora e diretora do Museu de Arte Carrillo Gil (MACG), Cidade do México, que também participou da programação de Talks ao lado da artista Erika Verzutti (Fortes D’Aloia & Gabriel).
Os galeristas que participaram desta edição comemoraram os bons resultados de vendas e exposição no mercado. A recifense Marco Zero, que exibiu uma seleção de obras e artistas em homenagem ao Movimento Armorial, vendeu 80% do que levou ao evento. “Essa feira foi muito boa para nós, tivemos uma ótima receptividade e chegamos na reta final muito felizes. Um aspecto importante é que vendemos para coleções relevantes e, além disso, fizemos muitos contatos internacionais, com curadores de instituições importantes”, disse Marcelle Farias, sócia-diretora.
Galerias comemoram resultados
A Asfalto, do Rio de Janeiro, terminou esta edição extremamente satisfeita com os resultados. “No primeiro dia, só não vendemos tudo por uma obra. Trocamos o estande e vendemos quase tudo novamente. Também recebemos visitas importantes, como diretores de museus”, afirma Larissa Amorim, sócia da galeria. “Vendemos ainda várias obras que não estavam no estande, totalizando, até agora (sábado, dia 2 de setembro), R$ 200 mil. Fizemos muitas negociações desde o preview, e o nome da feira impactou positivamente nisso”, disse Nicolas Dantas, sócio da Asfalto.
Obras em Destaque
A Mitre, de Belo Horizonte, trouxe trabalhos de Luana Vitra, artista que está na 35ª Bienal de São Paulo, e vendeu em torno de R$ 400 mil. Carmo Johnson, reconhecida por apresentar obras de artistas indígenas como o coletivo Mahku, mais um presente na Bienal, também foi bem-sucedida. “O balanço é positivo. Vendemos 50% do que trouxemos e fizemos contatos importantes, então o pós-feira deve ser bom também”, contou Luan Lima, assistente de direção da galeria.
Karla Osório, fundadora da galeria homônima de Brasília, avaliou que a temática da feira contribuiu para os bons resultados. “Esta feira teve um bom nível de público, um bom timing. Foi um evento que valorizou os artistas brasileiros para um público que era composto por muitos estrangeiros, então isso ajudou bastante a receptividade de modo geral. Vendemos muito bem, inclusive para clientes novos e internacionais”, afirmou.
A Millan, que nesta edição trouxe uma seleção de obras e artistas que abordaram temas relacionados à natureza, mudanças climáticas e preservação ambiental, como José Bento, Daiara Tukano e Henrique Oliveira, também aprovou o resultado. Maxwell Alexandre, artista carioca recém anunciado como representado pela galeria, estava presente no estande com obras da série Novo Poder, conjunto de trabalhos que produziu para exposição individual na Casa SP–Arte, em cartaz até 07 de outubro de 2023. Segundo Socorro de Andrade Lima, à frente da galeria, a avaliação foi positiva tanto no que diz respeito às vendas quanto aos contatos gerados.
Estreantes, como o projeto goiano Sertão Negro, também saíram felizes. Para William Maia, integrante do coletivo: “A feira foi ótima em vários sentidos, principalmente para nós, artistas que participamos pela primeira vez. Em relação aos contatos e vendas, superamos nossas expectativas: estabelecemos relação com mais pessoas do que prevíamos”.
Paulo Darzé, da galeria homônima de Salvador, que trouxe para a feira um diálogo entre Ayrson Heráclito, selecionado para a 35ª Bienal, e Nádia Taquary, comemorou os bons resultados: “Estamos muito felizes com a participação na feira, não poderia ser melhor! Vendemos super bem e considero o público qualificado”. Renan Quevedo, do projeto Novos Para Nós, comentou: “As pessoas queriam saber as histórias das obras, dos artistas e suas trajetórias. Notamos que, cada vez mais, elas estão interessadas no contexto popular e na identidade brasileira”. Quevedo vendeu mais de 60% do que levou para a edição, com obras indo para coleções importantes e novos colecionadores.
A Superfície, que apresentou uma seleção de obras de José Leonilson, León Ferrari, e trabalhos de jovens artistas, como Gê Viana, Andréa Hygino e Marina Camargo, constatou o saldo positivo. “Estamos felizes de ter participado, fizemos boas vendas e bons contatos. Trouxemos uma seleção de artistas importantes do mercado secundário. Apostamos em trazer concretismo, arte política conceitual e jovens artistas, então aumentamos a chance de vendas, além de apostar em nomes de todo o país, com representantes de Rio Grande do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo. Vendemos obras de R$ 20 mil até R$ 200 mil”, disse Gustavo Nóbrega, proprietário da galeria. Rodrigo Ratton, que comanda a galeria de mesmo nome, também comemorou: “Minha avaliação desta edição do Rotas Brasileiras é excelente. É a melhor feira que eu já participei, a que eu mais vendi”.
Em 2024, a SP–Arte retorna celebrando 20 edições entre os dias 3 e 7 de abril, no Pavilhão da Bienal.
Programação
O Rotas Brasileiras proporcionou aos visitantes uma imersão no universo artístico por meio de programas públicos. No Talks, artistas convidaram curadores para falar sobre sua produção. Na quinta-feira, dia 31 de agosto, Erika Verzutti (Fortes D’Aloia & Gabriel) conversou com Tatiana Cuevas, e Gê Viana (Superfície e Lima) com Samantha Moreira. Na sexta-feira, dia 1 de setembro, os bate-papos foram entre Marcone Moreira (Arte Pará) e Laura Rago, e Mônica Ventura (Instituto Inhotim) e Lucas Menezes. Em breve, as conversas estarão disponíveis em formato de podcast no Spotify.
Já os audioguias foram ouvidos cerca de 200 vezes. Eles são atemporais, já que abordam trajetórias e histórias de artistas e suas obras, e podem ser ouvidos a qualquer momento pelo Spotify. Ludimilla Fonseca, Henrique Menezes e Ariana Nuala, os mesmos especialistas que criaram e narraram os audioguias, fizeram também visitas guiadas pela feira na sexta-feira, no sábado e no domingo (dias 1, 2 e 3 de setembro) com a participação de mais de 120 visitantes.
Em seu estande, a Vivo, patrocinadora master da feira, convidou o público a deixar sua marca: escrever e desenhar no estande, feito de espelhos. A inauguração da programação foi marcada por uma intervenção da artista Panmela Castro e a agenda contou com a participação da própria artista e de nomes como Giselle Beiguelman, Gretta Sarfaty, Veronica Stigger e do Slam das Minas.
A Unipar, também patrocinadora master, realizou visitas guiadas para mais de 70 integrantes dos Conselhos Comunitários Consultivos (CCCs) de Cubatão e de Santo André, além de artistas e educadores de Rio Grande da Serra, com o objetivo de potencializar o desenvolvimento humano e a ampliação do acesso à arte e à cultura para as comunidades no entorno de suas fábricas.
Circuito SP–Arte
Neste ano, desde a edição de abril, a SP–Arte condensou seus programas públicos – Ateliês Abertos, Gallery Night, Gallery Weekend – em um só programa: o Circuito SP–Arte, a programação oficial de eventos que ocorreram entre 19 de agosto e 3 de setembro, antes e durante a realização do Rotas Brasileiras. O circuito abarcou todo tipo de atividades promovidas pelas galerias expositoras e por convidados/as: aberturas, conversas, visitas guiadas, entre outros, totalizando mais de 60 eventos pela cidade e milhares de participantes. O Circuito SP–Arte teve o patrocínio de Blue Moon.
App SP–Arte
Em agosto, mês da feira, foram mais de 6.500 downloads do aplicativo SP–Arte, totalizando 16 mil usuários. O aplicativo, que ganhou uma nova versão antes do Rotas Brasileiras, foi uma novidade na edição de abril e o primeiro a ser lançado por uma feira na América Latina. O app organiza todos os eventos que ocorrem durante a feira e na cidade durante o Circuito SP–Arte. Todas as atividades podem ser filtradas e favoritadas antes de ficarem disponíveis na aba “Minha programação”, que se transforma em um roteiro personalizado. No app, o visitante também pode comprar e acessar seu ingresso, navegar por todas as informações úteis da feira, visualizar o mapa e a lista de expositores, ler os editoriais publicados no site, além de receber lembretes sobre a programação. O app é gratuito e está disponível nas versões Android e iOS.
Patrocínio
A SP–Arte Rotas Brasileiras tem patrocínio master de Itaú, Vivo, Iguatemi e Unipar e é patrocinada por Tiffany & Co., Chandon, Mitsubishi Motors, Blue Moon, Absolut, Liberty Seguros e Finarte.
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