Conheça a fotografia árabe contemporânea
Paris sempre foi conhecida por sua grande comunidade árabe.
No período em que a França era um império, ela possuia muitas colônias em lugares como a África Ocidental e a Indochina (Vietnam e Laos por exemplo).
Países como o Marrocos, Tunísia, Argélia falam, além do árabe, o francês e como o norte da África é geograficamente próximo da França eles terminam escolhendo lá para fugir das condições socioeconômicas delicadas em que estes países se encontram. Muitos dizem que eles ainda sofrem as sequelas da colonização, mas este é um assunto para outra pauta.
Em função de um grande número de pessoas de origem árabe viver na França, principalmente em Paris onde a diversidade é melhor aceita, foi criada uma bienal de fotografia para divulgar a cultura destes países.
Leila Alaoui (tributo)
Um tributo também será pago a Leila Alaoui, que, muito tristemente, faleceu enquanto seus retratos de marroquinos estavam sendo exibidos na primeira Bienal (2015).
Obras em Destaque
Veja alguns artistas que participaram da última bienal
O conjunto das imagens expostas e a diversidade dos artistas, ao invés de reforçarem estereótipos culturais ou se encerrarem em um único tipo de produção, exploram o “taswir” (A origem) a partir de vasta gama de assuntos e temáticas, desde questões formais e documentais até temas latentes do mundo contemporâneo, como feminismo e identidade de gênero.
“Os artistas recuam, no tempo e no espaço, dos tumultos atuais. Eles se distanciam, às vezes fingem que ignoram, mas os fragmentos da realidade – seja social, histórica ou cultural – transpiram em suas imagens. De certa forma, todas essas fotografias são testemunhas dos dias conflituosos em que vivemos”,
Gabriel Bauret, curador da 2ª Bienal.
Ahmad El-Abi
Nasceu no Cairo, Egito, em 1984, onde vive e trabalha atualmente. Apesar de ter estudado medicina, dedica-se a fotografia conceitual e a direção de arte.
Jaber Al Azmeh
Nasceu em Damasco, Síria, em 1973, onde vive e trabalha atualmente. Graduou-se em Belas Artes e desde 2006 leciona na Universidade Internacional de Ciência e Tecnologia em Damasco.
Roger Grasas
Nasceu em Barcelona, Espanha, em 1970. Vive e trabalha em Riyad, Arábia Saudita. Graduou-se em fotografia e filosofia. É mestre em Estética e Teoria da Arte pela UAB.
Laila Hida
Nasceu em Casablanca, Marrocos, em 1983. Vive e trabalha em Marrakesh, Marrocos.
Autodidata, é fotógrafa desde 2012 e uma das fundadoras do espaço cultural Le 18 Derb el Ferrane, em Marrakesh.
Rania Matar
Nasceu em Beirute, Líbano, em 1984. Vive e trabalha nos Estados Unidos. Estudou arquitetura e fotografia. Foi premiada com a bolsa Guggenheim em 2018.
Zied ben Romdhane
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1981, onde vive e trabalha atualmente. Começou sua carreira como fotógrafo comercial e em 2011, migrou para o documentário e fotojornalismo.
Stephan Zaubitzer
Nasceu em Munique, Alemanha, 1966. Vive e trabalha em Paris, França. Registra cinemas históricos abandonados, em sua maioria, da margem sul do Mediterrâneo.
Tasneem Alsultan
Nasceu em Tucson, Estados Unidos, em 1985. Vive e trabalha na Arábia Saudita. Criada entre o Reino Unido e a Arábia Saudita, fotografa particularmente para o The New York Times e National Geographic.
Héla Ammar
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1969, onde vive e trabalha. Além de artista, tem um Phd em Direito. É autora do livro Corridors (2014) e co-autora da pesquisa Siliana Syndrome (2013), acerca da pena de morte em seu país.
Mohamed Abusal
Nasceu na Palestina em 1976. Vive e trabalha em Gaza.
Membro fundador de Eltiqa, grupo de artistas em atividade desde 2002.
Lazare Mohamed Djeddaoui
Nasceu em Puteax, França, em 1987. Vive em Paris e trabalha sobretudo entre Oriente Médio e o norte da África. Trabalhou para instituições como a UNICEF.
Tanya Habjouqa
Nasceu na Jordânia, em 1975. Vive e trabalha em Jerusalém Oriental. Foi educada nos Estados Unidos. Seu trabalho está em coleções permanentes de coleções como MFA Boston, Institut du Monde Arab, e o Carnegie Museum of Art.
Douraid Souissi
Nasceu em Túnis, Tunísia, em 1970. Vive e trabalha entre França e Tunísia. No contexto da Tunísia pós-revolucionária, faz retratos que evocam desprezo social, espiritualidade e o papel das imagens.
Michele Borzoni
Nasceu em Florença, Itália, em 1979, onde atualmente vive e trabalha. Formado em fotojornalismo e fotografia documental no Centro Internacional de Fotografia de NY, passou de 2011 a 2014 pesquisando sobre comunidades cristãs no Oriente Médio, em países como Egito, Israel, Palestina, Líbano, Iraque, Jordânia e Turquia.