Conheça Jairo Goldflus o seu olhar fotográfico
Desde que voltou ao Brasil, se dedica a processos fotográficos que mesclam imagens e textos para uma comunicação integrada e documental
Jairo Goldflus tem 51 anos, é formado em Comunicação Social e trabalha profissionalmente com a imagem desde 1986. Depois de um período inicial documentando shows passou a trabalhar no mercado editorial, tendo passado para todos os grandes veículos impressos do Brasil.
Ao longo dos anos, se especializou em direção de pessoas em fotografia. Em 2012 lançou o livro de retratos Publico e, em 2015, Privado.
Após o lançamento da segunda obra partiu para Nova York em um período de estudos e busca de novas linguagens. Em 2017 lançou You are not here, publicação que retrata o cotidiano dos usuários do metrô de Nova York.
Desde que voltou ao Brasil, se dedica a processos fotográficos com conteúdo secundário, mesclando imagens e textos para uma comunicação integrada e documental.
A mostra 2039/20
A mostra foi parte da parceria da instituição com a CBN e o SESC Avenida.
Obras em Destaque
Nela, os 20 retratados de personalidades residentes ou vinculadas a São Paulo, foram provocados pelo fotógrafo a imaginar a cidade em 2039 e escrever sobre ela. “Estava refletindo sobre o que fazer para homenageá-la, então pensei em algo meio George Orwell, 1984, de imaginar o futuro”, conta Goldflus.
As imagens foram realizadas em processos intimistas, onde apenas criador e criatura ficavam no estúdio, sendo a fotografia o resultado de conversas prévias, priorizadas pelo fotógrafo para descontrair o ambiente.
“Não queria me repetir, queria áreas e vozes diversas. Todos pensam no fundo coisas semelhantes, mas escrevem de maneiras muito diferentes,” observa ele. O resultado são fotos cheias de expressão e naturalidade, além de textos heterogêneos.
O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, por exemplo, abre a sua escrita com um trecho de Gregório de Mattos para pensar na São Paulo futura com exuberância e fertilidade suficientes para que continuemos comprovando que a “flor nasce no asfalto”. A escritora Fernanda Young optou por escrever uma carta acertando as contas com a cidade, naquele ano em que ela — a escritora — completará 69 e a cidade 485. O raper Criolo deixa de lado as letras e palavras musicais para realizar uma composição gráfica com carimbos. Já o chef de cozinha Alex Atala faz sua reflexão em duas linhas e o publicitário Washington Olivetto pensa no futuro do Corinthians.
Os demais fotografados por Jairo Goldflus são a comunicadora e ex-consulesa da França Alexandra Loras, o palestrante e empreendedor Edu Lyra, o empresário Eduardo Mufarej, o cineasta e roteirista Fernando Grostein, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, o muralista Eduardo Kobra, o escritor e apresentador Marcelo Tas, o ator e diretor Marcos Caruso, a dramaturga Maria Adelaide Amaral, a bióloga molecular e geneticista Mayana Zatz, a deputada federal e cientista política Tabata Amaral, a pedagoga Tia Dag, a cantora e compositora Tiê, o ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Walter Casagrande, e o diretor, dramaturgo e ator Zé Celso (José Celso Martinez Correa).