Texto: “Um livro para uma exposição” por Samanta Dias
Um livro para uma exposição
A Pinacoteca do Estado, em São Paulo, exibe até abril uma ampla exposição retrospectiva sobre Waltercio Costa, com noventa obras de épocas variadas de sua carreira, nove delas expostas pela primeira vez no Brasil. Um dos artistas expoentes do cenário brasileiro desde os anos 1960, Waltercio foi aluno de Ivan Serpa, nome em torno do qual se reuniram muitos dos concretistas cariocas. O próprio Waltercio, no entanto, em sua trajetória, se relaciona com os movimentos da arte conceitual e land art, embora muitos críticos o coloquem também transitando entre os minimalistas e formalistas.
As obras do artistas, instalações também nomeadas de ‘salas’ ou ‘aparelhos’, desafiam e instigam a percepção do público em relação ao espaço e aos objetos, a partir de estímulos multisensorias. Em 2010, a editora Cosac Naify reuniu 25 destas instalações no livro “Salas e abismo”, com o projeto gráfico desenvolvido pelo próprio Waltercio Caldas. O resultado foi um livro fora das dimensões convencionais (28,5 x 36 cm), com 240 páginas, que revela a poética criativa do artista.
“Salas e abismo” conta com textos de Paulo Sérgio Duarte, estudioso da obra de Waltercio Caldas e autor de um ensaio que discute as noções de tempo e espaço nas produções do artista, Paulo Venâncio Filho, crítico de arte que editou o catálogo de uma das exposições do artista nos anos 1970 e que divide com ele a autoria de outros livro, e Sônia Salzstein, crítica e historiadora de arte que acompanha há décadas o trabalho de Waltercio Caldas.
Se você ainda não visitou a exposição “Waltercio Caldas: O Ar Mais Próximo e Outras Matérias” na Pinacoteca, dar uma folheada neste livro pode ser uma boa preparação. E para aqueles que não conseguirem fazer ao menos uma rápida visita, seria um consolo razoável.
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