Alguns trabalhos artísticos geram muitas inquietações e confusões pela sua extrema subjetividade. Talvez o abstracionismo seja o maior exemplo disso. Sabendo disso, elaboramos uma matéria que pode te ajudar no processo de como entender uma obra de arte abstrata.
Poderemos entender uma obra abstrata apenas se conseguirmos apreciar a sensação individual que ela proporciona ao atingir cada expectador. Trata-se de uma arte livre que estabelece enormes conexões subjetivas.
“A abstração permite ao homem ver com a mente o que não pode ver fisicamente com os olhos. A arte abstrata permite que o artista perceba além do tangível, extraia o infinito do finito. É a emancipação da mente. É uma exploração em áreas desconhecidas. ”
– Arshile Gorky
A abstração tem suas raízes na “intuição” (do artista) e na “liberdade” (tanto para o artista quanto para o espectador). É a capacidade do artista usar sua imaginação para olhar além do que podemos ver fisicamente e traduzir emoções intangíveis na tela. Também é a capacidade do público tentar conectar-se à intenção do artista e liberar sua própria mente de restrições visuais.
Historicamente, o movimento de arte abstrata surgiu no século XIX como uma reação à pintura ou realismo acadêmico. De fato, uma maneira muito simples de entender a essência da arte abstrata é pensar nela como um oposto visual da arte realista. Embora o realismo consista em representar fielmente cada detalhe, a abstração dá ao artista a liberdade de confiar em sua intuição para criar arte igualmente digna de admiração.
O principal objetivo da abstração não é contar uma história, mas incentivar o envolvimento e a imaginação. Essa forma de arte tem como principal objetivo proporcionar aos espectadores uma experiência intangível e emocional, sendo ela completamente diferente para cada indivíduo, dependendo de sua personalidade e estado de espírito.
Em alguns momentos, você pode absorver o conteúdo de uma obra em minutos. Já em outros, anos vão se passar e você ainda aprenderá coisas novas ao vê-la.
Não se preocupe com o tempo que você vai gastar com a obra. Isso vai variar completamente de acordo com seu estado de espírito, com a sensação que a obra em particular te proporciona, com seu repertório artístico no momento, etc.
“A abstração é incrivelmente radical, contorna a linguagem e evita o nome ou a mera descrição”,
Jerry Saltz.
Mas esta passagem de Roland Barthes pode te fazer começar a repensar a ideia:
“Não é infantil na forma, pois a criança se aplica, pressiona, arredonda, coloca a língua para fora da boca como quem se esforça. A criança trabalha duro para se juntar ao código dos adultos.
Twombly se afasta disso, afrouxa, a sua mão parece levitar, como se pintasse com a ponta dos dedos, não por nojo ou tédio, mas por uma espécie de capricho”.
Agora, seu filho poderia fazer isto?
“A abstração é tão antiga quanto nós, ela existe há milênios fora do Ocidente, está presente nas paredes das cavernas, na arte grega egípcia e cipriota, nas eruditas chinesas, em toda a arte islâmica e judaica. A abstração é apenas nova no Ocidente”, Jerry Saltz
A arte não é simplesmente um processo de criação de objetos que são agradáveis aos olhos. Arte é sobre explorar. Grandes obras de arte são os marcos desta exploração – elas não são significativas porque eles são bonitas, elas são significativos porque em um momento no tempo elas introduziram algo de novo para o mundo.
É difícil deixar o desejo irritante de resolver o quebra-cabeça, analisar as imagens e descobrir o que tudo isso significa. Mas, em nossos corações, sabemos que a arte abstrata não é um enigma de palavras cruzadas de domingo de manhã, e não deve ser tratada como tal.
Embora esta lista possa não te ajudar a compreender a sua próxima viagem ao museu, pode pelo menos aliviar algumas das pressões para o caminho da sua compreensão.
Quais são suas dicas para abordar uma obra de arte abstrata? Deixe-nos saber nos comentários!
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Foi muito bom ter lido sobre a arte abstrata!!! Pois tinha um certo preconceito sobre ela sem saber sobre esse tipo de arte com clareza...mas agora sei exatamente tudo e confessso que o que me agrada agora nessa arte, é a liberdade que o artista tem de ser ainda mais criativo!!!!