O trabalho de Claudia Seber integra ao mesmo tempo senso estético e inovação, relacionando cores, formas, volumes, materiais e ideias que transmitem uma plasticidade rica em detalhes e simbolismos.
A mente de Claudia tem uma habilidade em extrair do coletivo suas tendências, mantendo uma visão conectada e direcionada para o futuro. Em cada escultura fica evidente sua proposta de consideração com o social, simbolizando, ao longo de suas diferentes composições, a compaixão, as injustiças e desequilíbrios sociais, a contemporaneidade, através de um olhar que considera o passado, atravessa o presente e se projeta no futuro.
Outra característica é a sua habilidade especial de comunicar com muita sensibilidade a sua arte, convidando as pessoas a interagir com ela, trazendo novas reflexões pela observação silenciosa, atenta e introspectiva. A reunião e diversidade de materiais em cada obra forma uma misteriosa harmonia e tem um tom sistêmico, que não separa o particular do todo, e onde tudo está interligado.
Percebemos em seu trabalho o simbolismo de um serviço maior à humanidade, aquela que rega com sabedoria e arte, buscando fazer crescer e germinar conceitos, dando vida e disseminando novas idéias.
Uma característica marcante na obra de Claudia é a expressão pautada na leveza e no movimento das formas. A natureza do seu trabalho é moldar, ressignificar, adaptando estruturas e materiais para a compreensão de conceitos e construções com novo sentido e significado. Sua inspiração em trabalhar com o material de descarte viabiliza adaptar e transmutar a funcionalidade de cada elemento à realidade de sua produção e de suas concepções de artista. Claudia consegue munir-se de diferentes recursos para dar corpo, amplitude e mobilidade em suas criações.
Podemos também identificar a presença do elemento feminino, do sutil, da harmonia e inspiração contidos em suas obras. Ao nos conectarmos com elas podemos ter a sorte de reconhecer as forças psíquicas às quais estamos submetidos, mergulhando em suas profundezas. Sua obra não é algo mensurável ou compreensível à luz da razão, pois requer que penetremos em experiências mais subjetivas e que envolvem o universo da imaginação.
Sua arte transmite estrutura, solidez e uma ligação com o simbolismo do tempo. Ao buscarmos progresso e inovação, Claudia mostra que não podemos abrir mão de nossas bases e limitações, sendo as mudanças resultantes de ações construtivamente criativas.
Claudia Seber é uma artista que sabe como ninguém penetrar nos misteriosos labirintos da alma, tornando o seu trabalho uma rica possibilidade de nos conectarmos com experiências sensíveis e internas. Conhecer as esculturas de Claudia é embarcar numa viagem cheia de imaginação e alquimia; é nos abrirmos para o novo, contemplando a beleza das cores, das texturas e movimento das formas; é sentirmos que a vida está presente na criação e de que todos nós fazemos parte dela.
Sandra Marques
Psicóloga, Astróloga e Palestrante do Espacio Uruguay São Paulo
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