12 artistas brasileiros contemporâneos que você precisa conhecer
Há uma tendência dominante na cena artística contemporânea em expansão no Brasil.
A efervescência cultural da década de 50 começou a questionar a sociedade do pós-guerra, rebelando-se contra o estilo de vida difundido no cinema, na moda, televisão e literatura. Os artistas brasileiros contemporâneos seguiram com esse ideal questionador de valores e padrões.
Há uma tendência dominante na cena artística contemporânea em expansão no Brasil. De fato, é um lugar muito particular, maduro, com material e inspiração para a experimentação artística. Por isso, separamos uma lista com 12 dos principais artistas brasileiros nesse segmento da arte.
Lenora de Barros
São Paulo, 1953. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representada pelas galerias: Gomide & Co e Alban
Lenora de Barros é formada em Linguística pela USP e iniciou sua trajetória artística na década de 1970. Suas primeiras obras podem ser colocadas no campo da “poesia visual”.
Lenora construiu uma poética marcada pelo uso de vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.
Obras em Destaque
Sua obra faz parte de importantes coleções no Brasil e em diversos países, entre elas a do Hammer Museum (CA, EUA), Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona (Espanha), Daros Latinamerica Collection (Suíça), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Espanha), MAM-SP e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Em 2022, Lenora foi uma das artistas convidadas para a 59ª Bienal de Veneza – The Milk of Dreams, além de inaugurar a exposição individual na Pinacoteca da Luz “Lenora de Barros: minha língua”.
Cildo Meireles
Rio de Janeiro, 1948. Vive e trabalha em Rio de Janeiro – RJ.
Representado pelas galerias: Luisa Strina, Mercedes Viegas, Mul.ti.plo, Almeida & Dale e Paulo Kuczynski Escritório de Arte.
Cildo Meireles estudou na Fundação Cultural do Distrito Federal e na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Seu trabalho apresenta um interesse profundo na relação entre o sensorial e o cerebral, o corpo e a mente, visto agora como uma das características definidoras da vanguarda brasileira pós-guerra, dos quais Meireles surgiu com seus primeiros trabalhos no final da década de 1960.
A obra de Meireles foi exposta no mundo todo, incluindo as 37ª, 50ª, 51ª e 53ª Bienais de Veneza; as 16ª, 20ª, 24ª e 29ª Bienais de São Paulo; as 6ª e 8ª Bienais de Istambul; as 1ª e 6ª Bienais do Mercosul; o Festival Internacional de Arte de Lofoten, Noruega; a Bienal de Liverpool de 2004, e a Documenta de Kassel, em 1992 e 2002. Em 2009, a Tate Modern apresentou uma exposição retrospectiva de seu trabalho.
Suas instalações trazem claras denúncias políticas, como em Desvio para o Vermelho I, II e III, apresentadas pela primeira vez no MAM/RJ, em 1967 e que atualmente faz parte do acervo do Museu do Inhotim. As obras Árvore do Dinheiro (1969), Introdução a uma Nova Crítica (1970) e O Sermão da Montanha: Fiat Lux (1973) seguem, também, essa narrativa.
Beatriz Milhazes
Rio de Janeiro – RJ, 1960. Vive e trabalha no Rio de Janeiro – RJ
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale e Arte 57
Figura decisiva da arte brasileira contemporânea, Beatriz Milhazes desenvolve, há mais de três décadas, uma produção no campo da pintura que se desdobra em suportes correlatos – colagens, gravuras, esculturas e tapeçarias.
Com formação artística pelo EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, o pensamento pictórico da artista ocupa o espaço em cores e movimento, dando forma a uma linguagem decorativa. Seus planos sintetizam elementos típicos da cultura popular brasileira – da exuberância do carnaval à riqueza da flora tropical.
Desde os anos de 1990, Milhazes tem se destacado em mostras internacionais nos Estados Unidos e na Europa. Integra acervos de museus como o Museu de Arte Moderna (MoMa), o Museu Solomon R. Guggenheim, The Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York, Museu de Arte Reina Sofia, em Madri; entre outros. Seus quadros bateram o recorde de vendas de obras brasileiras no leilão da Sotheby’s, em Nova York.
Sandra Cinto
Santo André-SP, 1968. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representada pelas galerias: Casa Triângulo, Carbono, Arte 57 e Almeida & Dale.
A artista estudou nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. Os desenhos de Sandra Cinto geralmente têm grandes formatos e encontram-se em suportes incomuns, como madeira. Neles, são frequentes elementos de forte carga simbólica, como escadas, pontes, abismos, candelabros e árvores secas.
Em seus objetos, instalações e assemblages, Sandra Cinto também trabalha com a apropriação de imagens, como fotografias documentais, jornalísticas ou de sua coleção particular, incluindo suas próprias fotos de infância.
Em 1997, Sandra Cinto participou da Feira Internacional de Arte Contemporânea, em Madri. Em 2005, recebeu o Prêmio Residência da Civitella Foundation, em Umbertide, Itália. Ganhou diversas exposições coletivas e individuais, como o Museu de Arte Moderna (MAM) na Oca e Construção em 2006; e A Cor da Água, em 2010. Sua obra está exposta em coleções como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, e na Fundação ARCO, na Espanha.
Iran do Espírito Santo
Mococa-SP, 1963. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, 55SP, Almeida & Dale e Arte 57.
A prática multidisciplinar de Iran do Espírito Santo envolve principalmente escultura, desenho e instalação. Formado na FAAP, o artista investiga o espaço entre concreto e abstrato, questionando os limites da representação visual e os hábitos perceptivos típicos do regime óptico contemporâneo, que tende a favorecer o espetacular e o excessivo em lugar do corriqueiro ou do comum.
Espírito Santo mantém um diálogo com a tradição vanguardista brasileira, de nomes como Regina Silveira e Waltercio Caldas, aliada aos procedimentos de serialização e formatos anônimos empregados pelo minimalismo. O seu procedimento sempre tenciona o projeto e sua realização, e o aspecto pré-fabricado de muitos de seus objetos evocam a composição diagramada do design industrial.
Iran do Espírito Santo foi artista residente do Tamarind Institute, nos EUA. Em 2007, ganhou uma mostra em sua homenagem organizada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, em parceria com o Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo (MAXXI/Roma) e pelo Irish Museum of Modern Art (IMMA /Dublin).Também atua como ilustrador e artista gráfico.
Adriana Varejão
Rio de Janeiro-RJ, 1964. Vive e trabalha em Rio de Janeiro-RJ
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale e Paulo Kuczynski Escritório de Arte.
Com formação artística pelo EAV Parque Lage, Adriana Varejão trabalha com pintura, instalação e escultura. Sua obra é abertamente política e entretém constantemente um diálogo com a história colonial e pós-colonial do Brasil. Seu interesse pelo azulejo e seu legado como metáfora da miscigenação cultural é elemento central de seu corpo de trabalho.
Em 2022, as obras de Adriana Varejão ocuparam todas as salas da Pinacoteca e foi uma das exposições mais comentadas de 2022. Nas últimas décadas, a projeção que alcançou lhe rendeu a participação em exposições nacionais e internacionais, como Bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e MoMA em Nova York.
Suas obras encontram-se em coleções de instituições como Metropolitan Museum of Art (MoMA), Nova York; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York; Tate Modern, Londres; Fondation Cartier pour l’art Contemporain, Paris; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho; Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro.
Cao Guimarães
Belo Horizonte-MG, 1965. Vive e trabalha em Belo Horizonte-MG
Representado pela galeria Nara Roesler.
Cao Guimarães estudou na Universidade de Westminster, no Reino Unido. Seus trabalhos são peças audiovisuais expandidas, frequentemente estabelecidas no trânsito entre a película, a partir do uso de Super-8, e o vídeo. Desse modo, sua obra constrói fortes conexões com as artes visuais, sem, contudo, filiar-se de modo determinante a nenhum grupo ou vertente específica.
Seja capturando a utopia inóspita de Brasília, formigas carregando confetes no fim do carnaval, ou bolhas de sabão flutuando pelos corredores de uma casa vazia, seus trabalhos expandem a ideia e o vocabulário da forma documental através dos meios utilizados.
Seus filmes foram exibidos em inúmeros festivais, no Brasil e no exterior, tais como Berlin International Film Festival (2014); Sundance Film Festival (2007); Cannes Film Festival (2005); Rotterdam International Film Festival (2005, 2007 e 2008), entre outros. A obra de Guimarães está representada internacionalmente em museus e coleções privadas, incluindo: Fondation Cartier Pour L’art Contemporain, Paris, França; Tate Modern, Londres, Reino Unido; Guggenheim Museum, Nova York, EUA; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museum of Moderm Art (MoMA), Nova York, EUA.
Lucia Koch
Porto Alegre – RS, 1966. Vive e trabalha em São Paulo-SP.
Representada pelas galerias: Nara Roesler e Carbono.
O trabalho de Lucia Koch investiga questões relativas ao espaço e propõe novas formas de experienciá-lo.
A artista estabelece um intenso diálogo com a arquitetura – tanto pelo modo como suas obras interferem nos lugares onde são instaladas quanto pela criação de espaços imaginários a partir de objetos banais, o que desafia e reorienta a percepção do espectador.
Suas obras integram numerosas coleções, como: Musée d’Art Contemporain de Lyon, na França; Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, Brasil; Museum of Contemporary Art San Diego, San Diego, EUA; The J. Paul Getty Museum, Los Angeles, EUA; além da Pinacoteca do Estado de São Paulo, em São Paulo, Brasil.
Vik Muniz
São Paulo- SP, 1961. Vive e trabalha em New York – EUA e no Rio de Janeiro – RJ.
Representado pela galeria Nara Roesler
Formado pela FAAP, Vik Muniz questiona os limites da representação. Apropriando-se de matérias-primas como algodão, açúcar, chocolate e até lixo, o artista meticulosamente compõe paisagens, retratos e imagens icônicas retiradas da história da arte e do imaginário da cultura visual ocidental, propondo outros significados para esses materiais e para as representações criadas.
O artista ganhou notoriedade mundial por suas fotografias que incorporam materiais recicláveis à arte. Ele subverte o tamanho das obras, aumentando ou reduzindo, tornando impossível saber quais são as dimensões originais.
Suas obras integram acervos como os do Centre Georges Pompidou, Paris, França; Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri, Espanha; The Tate Gallery, Londres, Reino Unido; entre outros.
Rosana Paulino
São Paulo-SP, 1967. Vive e trabalha em São Paulo-SP.
Representada pela galeria Mendes Wood DM
Formada pela USP, Rosana Paulino desenvolve um trabalho centrado em torno de questões sociais, étnicas e de gênero, concentrando-se em particular nas mulheres negras da sociedade brasileira e nos vários tipos de violência sofridos por esta população devido ao racismo e ao legado duradouro da escravatura.
Paulino explora o impacto da memória nas construções psicossociais, introduzindo diferentes referências que intersectam a história pessoal da artista com a história fenomenológica do Brasil, tal como foi construída no passado e ainda persiste até hoje.
A sua pesquisa inclui a construção de mitos – não só como pilares estéticos mas também como influenciadores psíquicos.
Em 2022, Rosana Paulino participou da 59th Bienal de Veneza, com curadoria de Cecilia Alemani.
Ernesto Neto
Rio de Janeiro-RJ, 1964. Vive e trabalha em Rio de Janeiro-RJ
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale, Arte 57, Mercedes Viegas e Paulo Kuczynski Escritório de Arte
Ernesto Neto estudou artes no EAV Parque Lage. Seu trabalho envolve principalmente instalações e esculturas e mantém um diálogo longevo com as interações espaciais promovidas pela arquitetura. O procedimento arquitetônico de Neto não ergue paredes ou bloqueios, mas erige membranas e peles, redes e invólucros. Há embutido nos seus espaços uma relação com a natureza, seja nas formas orgânicas que as estruturas assumem, seja no acolhimento que as instalações permitem.
Em 2019, a Pinacoteca do Estado de São Paulo apresentou uma grande mostra dedicada à sua obra.
Os espaços de Ernesto Neto, que são percorridos, atravessados, habitados, também remetem aos penetráveis de Oiticica, precursores de seus ambientes plurisensoriais. As redes, material central na sua obra, permitem envolver, abarcar, pendurar, mas também são uma estrutura para deitar, uma ferramenta do descanso, da preguiça e da contemplação.
Saint Clair Cemin
Cruz Alta-RS, 1951. Vive e trabalha entre Paris e Nova York.
Representado pela galeria Millan
Saint Clair estudou gravura na École des Beaux-Arts, além de ter vivido em Nova York nos anos 70, onde se aproximou da cena artística local, lhe proporcionando encontros importantes para sua formação. Na década de 1990, ganha destaque no circuito artístico como escultor.
Cemin realiza esculturas em diversos materiais, como bronze, aço, vidro e mármore em obras que variam de pequenas a grandes dimensões. Combinando referências da estatuária grega antiga, do Art Nouveau e do Surrealismo a formas incorporadas de objetos cotidianos, muitos de seus trabalhos tensionam as noções de uso e função.
Cemin já desenvolveu diversos projetos de arte pública, entre eles na cidade de Reston, Virginia, e na Broadway, em Nova York, bem como elaborou as peças de decoração em bronze do Musée de la chasse et de la nature, em Paris.
Nuno Ramos
Gustavo Rosa!
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Celito Medeiros
quando se fala em arte contemporânea não se pode deixar de mencionar um estilo que foge o convencional: a arte digital. Pela primeira vez na bienal de Veneza o artista brasileiro Sergio Cesario, radicado nos EUA, mostra uma de suas obras no European Cultural Centre na exposição “Personal Structures”
Precisava ter Maria Fernanda Lucena, artista contemporânea do momento