Os 10 principais galeristas brasileiros de 2019
Conheça os grandes nomes por trás da direção de galerias no contexto da arte contemporânea brasileira.
O ano de 2019 foi recheado de exposições e acontecimentos interessantes em diversos estados do Brasil.
Através de duas consultas, uma por pessoas que formam o mercado de arte e outra feita de forma aberta aos leitores do Arteref (mapeamento do universo da arte), conseguimos gerar uma lista dos profissionais de arte que mais se destacaram em 2019.
Nesta primeira matéria falaremos dos 10 galeristas que estavam no “Top of mind” dos nossos entrevistados.
Esta lista não está em hierarquia de popularidade ou relevância.
Fábio Cimino
A Zipper Galeria (aberta em 2010) foi idealizada por Fábio Cimino, que começou sua carreira no mercado da arte brasileira em 1983 trabalhando com a galerista Raquel Arnaud, atuando desde então com art advisor e marchand.
Obras em Destaque
Além co-fundador da Galeria Brito Cimino, que funcionou entre 1997 e 2008, também foi responsável por lançar e consolidar diversos nomes da arte moderna e contemporânea na cena internacional.
Izabel Pinheiro
Atuando no mercado de arte desde dos anos 80, inaugurou em 2002 a Galeria Virgílio. A instituição é direcionada tanto para a produção de artistas jovens contemporâneos quanto àqueles surgidos principalmente a partir dos anos 80, que consolidaram presença no cenário da arte brasileira.
Izabel e a galeria visam orientar a aquisição de obras e a formação de coleções, além de dar visibilidade ao artista, acompanhando seu percurso e fornecendo suporte para integração de sua obra nos contextos institucional e de mercado, nacional e internacional. A Galeria Virgílio está em um processo de mudança de nome para Barco, se unindo ao negócio de seu filho na parte de cursos e eventos de arte.
Janaína Torres
Janaína Torres iniciou atuação própria no mercado de arte com o escritório Mira-Arte, em 2013. Após três anos oferecendo atendimento personalizado a colecionadores e amantes da arte inaugurou, em outubro de 2016, a Janaína Torres Galeria, em espaço próprio nos Jardins, em São Paulo.
Sua proposta é abrigar arte contemporânea nova e vibrante, em experimentos de artistas jovens e consagrados, por meio de seleção criteriosa e colaboração de curadores independentes. Com obras que se manifestam em pintura, instalação, vídeo, fotografia e performance, busca aproximar o público de distintas colocações artísticas, que dizem respeito ao contexto social, politico e cultural nacionais e internacional.
Luciana Brito
Formada em artes plásticas pela FAAP, Luciana atuou no MAC-USP e outras instituições de arte antes de migrar para o mercado.
Foi assistente da pioneira Raquel Arnaud e, nos anos 1990, abriu a Galeria Brito Cimino, em sociedade como ex-marido. Desde a separação do casal, em 2009, a galeria reformulou-se com seu nome (Luciana Brito Galeria), focada na pesquisa de jovens artistas nacionais e estrangeiros, além de símbolos consagrados, como Geraldo de Barros (1923-1998) e Marina Abramovic. Luciana é uma das personagens principais do mercado de arte brasileiro.
Luisa Strina
Luisa abriu sua galeria em 1974. Durante os anos 1970, introduziu no mercado diversos expoentes do que mais tarde seria chamado Geração 70, como Cildo Meireles, Tunga , Waltercio Caldas e Antonio Dias. Sua galeria foi a primeira latino-americana convidada a participar na feira Art Basel, em 1992.
Durante a década de 1990, Strina começou a trabalhar com artistas brasileiros que posteriormente desenvolveriam uma carreira internacional, tais como Alexandre da Cunha, Fernanda Gomes e Marepe. Atualmente, a Galeria Luisa Strina representa 42 artistas, uma mistura de artistas consagrados e emergentes ativos local e internacionalmente.
Marcos Amaro
Marcos Amaro (1984) é um artista plástico, empresário e colecionador brasileiro. Cursou filosofia durante cinco anos no Instituto GENS Educação e Cultura e frequentou o Ateliê do Centro, do artista Rubens Espírito Santo. Desenvolve suas obras, predominantemente, com resíduos aeronáuticos de grande e média proporção. A matéria em estado bruto, a descontextualização, o precário e a desconstrução são as características do seu pensamento poético.
Em 2017, Marcos Amaro comprou a Galeria Emma Thomas e a rebatizou como Emmathomas Galeria, reinaugurando-a em abril de 2018. Em 2019, sua esposa Ksenia Kogan Amaro se junta a ele no comando do espaço, que passa a se chamar Galeria Kogan Amaro.
Martin Bernard
Dirigida pelo Belga com sangue brasileiro, Martin Bernard, a Baró, fundada em 2010 por sua ex-mulher, desempenha um importante papel na promoção de artistas, sobretudo, latino-americanos no circuito da arte contemporânea nacional e internacional.
A instituição traz uma nova proposta para o público brasileiro e está fazendo o mesmo na Europa, com a sua presença no circuito de feiras internacionais, apresentando artistas de diferentes gerações e continentes, em um fluxo constante de ideias e obras que proporcionam uma troca maior entre diversas regiões.
Paulo Kassab / Victoria Zuffo
Dirigida agora pela dupla Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados.
A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicado a introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância. Esta dupla vai longe!
Ricardo Camargo
O galerista Ricardo Camargo começou sua trajetória aos 15 anos, por intermédio de seu irmão Ralph Camargo, com quem trabalhou na galeria Art-Art. A partir desse momento e ao longo de sua carreira firmou parcerias e conheceu várias pessoas que se tornaram importantes para a arte brasileira, como Pietro Maria Bardi (Diretor do MASP por 45 anos), Volpi, Wesley Duke Lee, Flávio de Carvalho.
Em meio a tantos anos de profissão se destacou o momento em que Ricardo recebeu o convite para ser o curador de Anita Malfatti, Lygia Clark e Tarsila do Amaral na exposição “Latin American Women”, em março de 1995. Ricardo é hoje um dos poucos galeristas em São Paulo que atua nesse mercado desde a década de 60 e que continua ativo na sua Galeria.
Ricardo Trevisan
Ricardo Trevisan fundou, em 1988, a Casa Triângulo, uma das mais importantes galerias de arte contemporânea do Brasil.
Ele diz que “as pessoas ainda têm reticência ao visitarem as galerias. Eles imaginam que, ao entrar, têm quase que comprar uma obra, mas não, a galeria está aberta ao público”. Quem visita a galeria de Trevisan é um público que tem empatia direta com as artes plásticas, como admiradores de arte, colecionadores e curadores. Para ele – e para muitos outros galeristas – falta a educação e a cultura de observar a arte e de se envolver com ela. Apesar de um ano difícil para todos os galeristas e, em especial para Ricardo, ele conseguiu em 2019 se reorganizar e dar a volta por cima.
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Não seria mais correto (ou honesto) o título ser “Os 10 principais galeristas paulistas de 2019 segundo a ArteRef, leia-se Paulo Varella”? É só uma dúvida. A outra é imaginar o que terá sido, para uma equipe certamente das mais prestigiadas como a da ArteRef (tem mais de uma pessoa?), o lado da pesquisa que supostamente se desenvolveu a partir de “pessoas que formam o mercado de arte” (sic), assim, nesse genérico tosco mesmo. No mais, os camelos pastam e a cachorrada passa…