Curiosidades

Gustave Courbet: A modelo de ‘A origem do mundo’ é revelada.

Por Paulo Varella - fevereiro 9, 2024
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Era um dos maiores mistérios da pintura: a identidade da mulher que serviu de modelo para o famoso quadro “A origem do mundo”, de Gustave Courbet (1819-1877).

Gustave Courbet, auto retrato
Gustave Courbet, auto retrato

Ao fim de 150 anos, é finalmente revelado o rosto da pintura. Trata-se de Constance Quéniaux, uma antiga bailarina da Ópera de Paris, segundo a revelação feita no livro “L’origine du monde, vie du modele” (“A origem do mundo, a vida do modelo”, numa tradução livre), do escritor e investigador Claude Schopp.

Claude Schopp

Exposto no Museu d’Orsay, em Paris, o quadro é conhecido não só por retratar com grande destaque a zona púbica da mulher, mas por ser alvo de polêmica e atos de censura até hoje.

A curiosidade em torno da modelo que teria posado para Gustave Courbet também deu origem, ao longo da história, a várias teorias e diferentes nomes chegaram a ser sugeridos.

Gustave Courbet
O quadro ‘A Origem do Mundo’ pode ser visto no Museu d’Orsay, em Paris [Fotografia: Philippe Wojazer/Reuters]

A pintura foi executada em 1866, por encomenda do diplomata otomano Khalil-Bey, uma figura extravagante na Paris da década de 1860 e, de acordo com a investigação, em 1866, Constance Quéniaux tinha 34 anos.

Não dançava desde 1859 e era uma das amantes de Khalil-Bey. Muitas destas mulheres, independentemente de serem de origens ricas ou pobres – e entre as quais figuravam muitas bailarinas -, eram sustentadas, de forma forçada ou voluntária, por homens.

Ao estudar a correspondência trocada entre Georges Sand (1804-1876) e Alexandre Dumas filho (1824-1895), Claude Schopp surpreendeu-se com uma transcrição de uma carta de Dumas a Sand, datada de junho de 1871, na qual o escritor, faz um discurso retórico sobre Courbet, afirmando: “Não pintamos com o seu pincel mais delicado e mais sonoro a entrevista da menina Queniault (sic) da Ópera”, escreveu Dumas.

Para Schopp, a palavra “entrevista”, na transcrição não fazia sentido. “Entrevista? Isso não significa nada!”, explicou o investigador em entrevista à AFP.

Por isso decidiu confrontar esta transcrição com o manuscrito original que se encontra na Biblioteca Nacional de França (BnF). O que o autor escrevia era “interior” e não “entrevista”.

“Foi como uma iluminação”, sublinhou Claude Schopp, responsável pela descoberta juntamente com Sylvie Aubenas, diretora do departamento de imagens e fotografias da BnF.

Este testemunho de época descoberto por Claude Schopp “leva a dizer, com 99% de certeza, que o modelo de Courbet foi, de facto, Constance Quéniaux”, frisou Sylvie Aubenas à AFP.

O cabelo negro de Constance tal como as suas “lindas sobrancelhas negras”, elogiadas pela crítica quando dançava na Ópera, estão mais em consonância com a penugem exuberante da modelo retratada no quadro, explicou Sylvie Aubenas.

Retrato de Constance Quéniaux [Fotografia: Acervo da Biblioteca Nacional de França]
Retrato de Constance Quéniaux [Fotografia: Acervo da Biblioteca Nacional de França]

O departamento de imagens e fotografias da BnF conserva muitas fotos de Constance Quéniaux, uma das quais de Nadar. Sobre o facto de o nome da modelo não aparecer mais cedo, Sylvie Aubenas argumenta que era um “segredo cohecido de todos”, e se Dumas revela o nome, é por uma questão de ressentimento contra Courbet.

Gustave Courbet L'Origine du monde
L’Origine du monde

Além disso, com o passar do tempo, Constance Quéniaux tornou-se uma mulher respeitada e dedicada a obras filantrópicas, sublinhou.

Fonte: www.delas.pt, Wikipedia, artnewspaper.com

https://arteref.com/artes-tradicionais/courbet-o-artista-lider-do-movimento-realista/

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Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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