Arte

Frida Kahlo: Como a mexicana revolucionou a arte de fazer retratos

Por Fernanda Bastos - agosto 12, 2024
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Frida Kahlo nasceu em 1907. Em 2024, o falecimento de Frida Kahlo completa 70 anos. A artista mexicana, também conhecida como Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, não só usou a arte como ferramenta para comunicar suas vivências aos demais, mas transformou as criações em espaços para expor as suas questões e, principalmente, seu sofrimento. Responsável pela autoria de obras como As Duas Fridas (1939), Autorretrato com Colar de Espinhos e Beija-flor (1940) e Viva la Vida (1954), a artista deixou sua marca como um dos grandes nomes da contemporaneidade.

O ano de 1925 foi marcante pois mudaria o curso da vida de Frida para sempre. A jovem de 18 anos sofreu um acidente de ônibus onde uma haste de metal perfurou o seu corpo, mais precisamente, a área pélvica e um dos pés. Como consequência do impacto do acidente na sua vida, a artista produziu artes como A Coluna Partida (1944), onde aparece chorando de angústia pela dor.

Frida Kahlo
A Coluna Partida, 1944. Frida Kahlo

Frida e os autorretratos

O que hoje é conhecido como uma forte característica da produção da artista, a modalidade de autorretratos, começou despretensiosamente como uma forma de passatempo. Ali, na sua recuperação, Frida começou a pintar seus amigos da faculdade, tudo com o apoio da mãe, que adaptou um cavalete junto a um espelho para que a jovem mexicana usasse o próprio reflexo como referência visual para a anatomia dos retratos, como é o caso da obra Retrato de Alejandro Gómez Arias (1928).

Frida Kahlo
Retrato de Alejandro Gómez Arias (1928). Frida Kahlo

Frida continuou se dedicando à arte, mas outro momento de virada foi seu contato com o muralista Diego Rivera. O envolvimento artístico deu espaço para um relacionamento romântico entre o par e, neste mesmo período, Frida passou a adotar seus longos e coloridos vestidos com inspiração em trajes tehuanos. Mais tarde, já como esposa de Diego, Frida acompanhou Rivera em viagens a trabalho para Nova York e Detroit. E neste período produziu quadros como Frida e Diego Rivera (1931) e Retrato de Diego Rivera (1937).

Frida Kahlo
Retrato de Diego Rivera (1937). Frida Kahlo

O relacionamento com Diego Rivera

Ali, Frida encarava não só as dores do seu corpo físico, mas os incômodos provenientes da solidão do seu relacionamento. Enquanto Diego recebia reconhecimento, fama e atenção da aristocracia e de mulheres, Frida estava produzindo em silêncio. Em 1932, Frida tem um aborto espontâneo, o evento foi impactante para a artista – que sonhava em ter um filho com Diego, mesmo com o receio que seu corpo pudesse não aguentar uma gravidez. Uma das obras icônicas do período é a Hospital Henry Ford (de 1932), que mostra o momento do aborto carregado do sentimentalismo da artista.

Frida Kahlo
Hospital Henry Ford, 1932. Frida Kahlo

Mais tarde, a dupla retornou ao México e Frida se aproximou de figuras como Trotsky e outros amigos artistas com quem se relacionava. O que tornaria, mais tarde, a artista uma figura de liberdade e desconstrução da visão heterossexual do se relacionar.

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Seu relacionamento com Diego Rivera, marcado por amor e dor, influenciou sua vida e obra. Embora Rivera tenha traído Frida, ela continuou produzindo e ganhou reconhecimento internacional. O escritor e poeta surrealista André Breton, por exemplo, foi o responsável por chamar a artistas de surrealista. Mas, a mexicana discorda em partes, dizendo: “eu não pinto sonhos, pinto a realidade”.

O reconhecimento em vida

Em 1938, Frida vai para Nova York para expor na Julien Levy Gallery. E depois, vai para Paris para expor na Galerie Pierre Colle, com a ajuda de Breton. Frida então conquistou prestígio ao lado de Miró, Kandinsky e Picasso, mas Frida era uma crítica ferrenha à elite e chegou a escrever que o surrealismo era o movimento decadente da arte burguesa.

Mais tarde, Frida passou por uma cirurgia na coluna e Rivera retomou o contato com a artista querendo reatar o relacionamento. Depois disso, Frida se tornou professora de arte, se dedicando totalmente às criações. Mas foi em 1952 que teve uma piora na sua saúde, seguida de uma amputação complicada da perna direita. Antes de morrer, Frida teve sua primeira exposição em terras mexicanas e disse: “a pintura me completou”.

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