Leonardo da Vinci (15 de abril de 1452 – 2 de maio de 1519) foi um artista, humanista, cientista, filósofo, inventor e naturalista durante o Renascimento italiano.
Sua genialidade estava na capacidade de unir a observação com a imaginação / fantasia e de aplicá-la ao intelecto e à sua natureza universal.
Leonardo da Vinci nasceu na vila de Vinci, na Toscana, Itália, filho único de Piero da Vinci, tabelião de Florença, e Caterina Lippi, uma camponesa solteira.
Leonardo era bastardo, o que pode ter ajudado no desenvolvimento de suas habilidades e formação. Por ser ilegítimo, ele não “pertencia” totalmente à família, o que o dava maior liberdade para explorar outros campos por conta própria.
Além disso, não foi enviado para a “escola de latim” tradicional que ensinava os clássicos e humanidades; assim, muito do seu conhecimento proveio de experimentações e experiências cotidianas (autodidatismo).
Sua realidade bastarda permitiu que o artista abraçasse o improviso e desenvolvesse uma enorme criatividade; sendo esta muito valorizada e recompensada pela sociedade em que vivia, principalmente no âmbito das cortes aristocráticas (os serviços prestados aos príncipes, duques, variavam desde composições artísticas à engenharia de guerra; quanto maior o talento em áreas variadas, melhor).
Em 1464, Piero trouxe Leonardo para morar com ele em Florença. Lá, foi exposto à arquitetura e escritos dos artistas Filippo Brunelleschi (1377-1446) e Leon Battista Alberti (1404-1472); e conseguiu um aprendizado para o artista e engenheiro Andrea del Verrocchio.
Verrocchio foi seu mentor. Ensinou a Leonardo o estudo de anatomia de superfície, mecânica, geometria, técnicas de desenho e efeitos da luz e sombra em materiais.
Nesse contexto de Florença, o patrocínio das artes, o governo autocrático e a habilidade de Lourenço de Médici (Duque da região) em manter um equilíbrio pacífico de poder com as cidades-Estado rivais ajudaram a tornar Florença, durante o começo da carreira de Leonardo por lá, um berço das artes e do comércio.
Quando Leonardo da Vinci completou 30 anos, ele foi enviado por Lorenzo em uma missão diplomática para trazer um alaúde que ele mesmo havia criado para ser entregue a Ludovico Sforza, duque de Milão.
Quando chegou, ele enviou uma carta a Ludovico — mais ou menos uma solicitação de emprego — descrevendo em detalhes o tipo de trabalho que ele pensava ser útil ao duque: engenharia civil e militar.
Leonardo foi contratado, porém, em vez de atuar na engenharia, acabou trabalhando na projeção de cenários e figurinos. Desenvolveu elementos mecânicos para os espetáculos que entreteriam o público.
Foi também durante esse período que Leonardo começou a guardar seus cadernos de anotações. Hoje, existem mais de 7200 páginas únicas, apenas 1/4 do total de sua vasta produção.
Eles estão cheios de expressões de pura genialidade. Da Vinci escreveu e desenhou sobre assuntos como geologia, anatomia (que estudou para pintar a forma humana com mais precisão), voos, gravidade e óptica, passando rapidamente de assunto para assunto em uma única página.
Ele “inventou” a bicicleta, o avião, o helicóptero e o paraquedas cerca de 500 anos antes do tempo. Em seus cadernos e telas, temos registros de suas técnicas de sombra e luz, perspectiva, movimentos e cores.
Em 1489, Leonardo finalmente ganhou o emprego que desejava quando chegou em Milão. Sua primeira comissão foi fazer uma imensa escultura do pai do duque de Milão, Francesco, sentado em um cavalo. Ele fez o modelo de argila e trabalhou durante anos planejando a fundição, mas nunca concluiu a escultura em bronze.
Em 1499, Ludovico estava ficando sem dinheiro e não pagava mais constantemente a Leonardo. Quando Luís XII da França (1462 – 1515) invadiu Milão, o duque fugiu da cidade. Após isso, da Vinci fugiu para casa em Florença.
Ao retornar, seu primeiro patrono foi o notável governante militar César Bórgia (1475 – 1507), que conquistou Florença em 1502. Bórgia deu a Leonardo um passaporte para viajar para onde ele precisasse, como engenheiro pessoal e inovador.
O trabalho durou apenas oito meses, mas durante esse período Leonardo construiu uma ponte que sustentava uma guarnição de tropas de uma pilha de madeira. Ele também aperfeiçoou a arte dos mapas, desenhando aldeias como seriam vistas do ar, vistas precisas e detalhadas das cidades medidas com uma bússola.
Nesse período, da Vinci desenvolveu uma amizade com Nicolau Maquiavel (1469 – 1527). Eles trabalharam juntos em projetos para melhorias na cidade.
Em 1516, Francisco I da França contratou Leonardo para outra tarefa surpreendente e impossível: projetar um complexo de cidade e palácio para a corte real de Romorantin.
O rei, sem dúvida um dos melhores clientes que Leonardo já teve, deu a ele o Chateau de Cloux (agora o Clos Luce). Leonardo já era um homem velho, mas ainda era produtivo — fez 16 desenhos nos três anos seguintes, mesmo que o projeto da cidade não fosse concluído —, mas estava visivelmente doente e provavelmente sofreu um derrame.
Ele morreu em 2 de maio de 1519, no Chateau deixando um enorme legado para a história.
A obra vem de um de seus muitos cadernos. É acompanhada por notas sobre as proporções humanas ideais que o arquiteto romano Vitrúvio expôs em um livro sobre arquitetura do século I a.C.
O desenho ilustra a teoria de Vitrúvio, que o humano ideal poderia caber dentro de um círculo e um quadrado, duas formas irreconciliáveis. Leonardo resolveu o conceito desenhando uma figura masculina em duas posições sobrepostas — uma com os braços estendidos para caber em um quadrado e outra com as pernas e os braços abertos em círculo.
O trabalho mostra não apenas o esforço de Leonardo para entender textos significativos, mas também seu desejo de expandi-los. Ele não foi o primeiro a ilustrar os conceitos de Vitrúvio, mas seu desenho mais tarde se tornou o mais icônico, em parte porque sua combinação de matemática, filosofia e arte parecia um símbolo adequado do Renascimento.
A obra encomendada por Ludovico Sforza retrata a famosa história da última refeição que Jesus compartilhou com seus discípulos antes de sua crucificação, e mais especificamente, no momento seguinte em que ele lhes disse que um deles o trairia.
Cada um dos apóstolos é representado individualmente em várias expressões explosivas de espanto e indignação, enquanto Judas fica nas sombras segurando a bolsa contendo as trinta moedas de prata que recebeu por sua traição.
Atrás de Jesus, temos uma paisagem idealizada, talvez aludindo ao paraíso celestial. Além disso, as três janelas podem denotar a santa trindade.
Diz-se que o rei Luís XVII da França encomendou Salvator Mundi após sua conquista de Milão em 1499. A pintura é um retrato de Jesus no papel de salvador do mundo e mestre do cosmos.
Isso se reflete através do simbolismo. Sua mão direita é levantada com dois dedos estendidos enquanto ele dá a bênção divina. Sua mão esquerda segura uma esfera cristalina, representando os céus.
A escuridão e a sombra criam uma profundidade que, em contraste com a luz que sai do peito, apresenta Jesus como um ser formidável e cheio de luz.
Salvator Mundi foi vendido em leilão por US$ 450,3 milhões em 2017, uma prova do apelo atemporal das obras-primas de Leonardo e evidência da importância de seu legado, que permanece monumental até hoje.
A Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda, é considerada um retrato de Lisa Gherardini, esposa de um comerciante florentino chamado Francesco del Gioconda.
O uso de sfumato cria uma sensação de suavidade e proporciona um intenso realismo tanto na paisagem quanto na pessoa. O claro-escuro gera profundidade na obra.
Os olhos de Mona Lisa aparentam se “mover” independentemente do ângulo em que o quadro é observado. Além disso, seu sorriso enigmático intriga o espectador por denotar um forte mistério.
Sem dúvidas, é um dos quadros mais conhecidos e valorizados da história.
São João Batista foi pintado quando o Alto Renascimento se metamorfoseava ao maneirismo. Acredita-se que seja a última pintura de Leonardo.
O gesto de apontar para os céus sugere a importância da salvação através do batismo que João Batista representa, além da futura vinda de Cristo.
Muitas pessoas são críticas a este trabalho. Na pintura, São João parece quase um hermafrodita. Ele tem um braço feminino dobrado sobre o peito e o mesmo sorriso enigmático tão admirado no rosto de Mona Lisa.
A beleza da figura vem da ambiguidade de sua identidade sexual. O rosto luminoso parece ser uma emanação da escuridão que o envolve completamente.
Para Leonardo da Vinci, sempre havia algo a ser aprendido, uma nova lição da natureza capaz de aproximar uma pintura ainda mais da perfeição.
Nas palavras de seu biógrafo mais recente, Walter Isaacson:
“Nenhum polímata da Renascença pintou a Mona Lisa, muito menos o fez enquanto produzia desenhos anatômicos insuperáveis baseados em dissecações, elaborava planos para desviar os cursos dos rios, explicava a reflexão da luz da Terra na Lua, abria o coração ainda pulsante de um porco para ver como os ventrículos funcionavam, criava instrumentos musicais, produzia espetáculos públicos, usava fósseis para contestar o relato bíblico sobre o dilúvio e depois ainda ilustrava tal acontecimento”.
Talvez seja isso o que tenha diferenciado tanto da Vinci do restante; que o tenha caracterizado como um gênio, e não apenas extraordinariamente inteligente: sua intensa curiosidade e criatividade; a habilidade de aplicar a imaginação ao intelecto.
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