Qual é a diferença entre arte sacra e arte religiosa?
Embora se aproximem no tema, há uma diferença essencial que as difere.
Uma obra de arte inserida no espectro religioso pode variar de conceito se analisarmos o fim a que ela se destina. Isso é essencial para entendermos a diferença entre arte sacra e arte religiosa.
Arte e religião
No que se refere às representações artísticas, o universo religioso apresenta uma rica variedade de obras, podendo ser encontradas em:
- arquitetura de igrejas e templos;
- esculturas;
- painéis;
- pinturas;
- mosaicos e vitrais
Nas igrejas católicas, por exemplo, a arte sempre teve um forte papel pedagógico.
As imagens relacionadas com cenas bíblicas, evangelhos, vidas de santos, tiveram por função despertar a religiosidade dos fiéis e fazer com que acompanhassem as celebrações litúrgicas. Muitas vezes, tinham o papel de contar histórias, passo a passo.
Arte sacra
É produzida para fazer parte dos cultos divinos ou rituais religiosos, unindo a expressão do artista com a comunidade na qual ela pode ser inserida. É um fenômeno comunicativo que vai além do racional, desperta sensações de religiosidade e fé nos espectadores.
Obras em Destaque
Sua função é servir de ornamento para os locais onde os ritos e celebrações religiosas irão ocorrer; de destino litúrgico (cultivar o divino).
Arte religiosa
Ela mantém os valores da religião retratada, mas não é destinada à realização do culto divino; reflete a vida e a devoção religiosa do artista, particularmente. Sem ela, não há arte sacra. Suas manifestações geralmente estão fora dos lugares de cultos e rituais religiosos.
Resumo
O artista que cria, por exemplo, uma escultura de um santo para o altar de uma Igreja, está produzindo arte sacra, pois, sua obra será foco de adoração e estará inserida num contexto de ritual litúrgico. Toda arte sacra é religiosa, entretanto, nem toda arte religiosa pode ser considerada sacra.
É importante lembrar que a arte sacra não possui um estilo único. No Brasil e Europa, a predominância se deu em relação à fé católica.
Como qualquer obra de arte, ela é fruto de cada contexto humano e das mentalidades dos homens em seu período de produção. Assim como a forma com que a religiosidade foi tratada mudou ao longo do tempo, sua representação plástica também o foi.
Transformações nas sociedades e avanços tecnológicos exigiram novas soluções arquitetônicas. Nas religiões mais antigas, como a egípcia e maia, por exemplo, os locais de culto eram como “residências das divindades”, assim, apenas os membros mais privilegiados da sociedade podiam adentrar. Já a cristã, budista, judia e islâmica, basearam suas doutrinas na participação comunitária.
Museu de Arte Sacra
Podemos ter acesso às memórias desses momentos históricos no Museu de Arte Sacra de São Paulo, criado em 1970.
Em seu acervo, encontraremos preservados e expostos objetos religiosos de grande valor estético ou histórico. Além disso, o local apoia a realização de pesquisas e proporciona cursos regulares, periódicos ou esporádicos de difusão, extensão e de treinamento sobre temas ligados a seu campo de atuação.
O Aleijadinho e a arte sacra
O grande representante da arte sacra brasileira foi Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, durante o período colonial.
Maior nome do estilo artístico barroco brasileiro, o escultor, entalhador e arquiteto, tem como base em suas obras a questão da religiosidade, sendo algumas delas: esculturas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, retábulos e projetos de fachadas de Igrejas.
Veja mais sobre o artista e o Barroco
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