Teatro Político no ABC

Por Paulo Varella - março 14, 2018
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O teatro é uma das expressões artísticas mais antigas, simbólicas e concretas já feita pelo homem. Foi ainda na pré- história, que o teatro começou na sua forma mais primitiva em rituais de adoração a figuras mitológicas. Desta forma, gêneros teatrais evoluíram refletindo o contexto histórico e social o qual estavam inseridos, com íntima relação com a cultura de cada sociedade.

Com os dramaturgos gregos Ésquilo, Eurípedes e Sófocles, a arte do diálogo teatral ganhou a roupagem das tragédias, eternizadas como fontes absolutas da dramaturgia clássica. Em sua essência, o teatro se mostra político, explora e questiona a condição humana, demonstra que as relações do homem com seus semelhantes e o mundo que o cerca são estritamente políticas. Trata-se dos vínculos entre cidadão e sociedade, onde se originam tensões, embate de interesses, discussão de ideias e organização político-social. No teatro político, tais relações não se estruturam como mera representação da realidade; assim explora-se a matéria-prima sociocultural para confrontar no espaço cênico recortes de um contexto social. Para isso, política é indispensável. É o que exalta a capacidade humana de conviver em grupos e nos diferencia de outras espécies. Como nos ensina a sabedoria grega, o homem é, naturalmente, um animal político.

Resgatando a essência das relações políticas em sintonia com o teatro na região do Grande ABC, o Sesc Santo André realiza nos meses de março e abril o projeto Teatro Político no ABC: identidade e resistência. O teatro no Grande ABC, historicamente, guarda forte relação com a elaboração de obras politizadas, seja com grupos teatrais originados em fábricas durante a década de 1960 e 1970, ou grupos engajados em uma perspectiva artística em parceria com gestões públicas. Nos anos 90, muitos equipamentos culturais foram estruturados na região, como a Escola Livre de Teatro, o Museu da Cidade, Casa da Palavra, Casa do Olhar, entre outros. Ao longo dos anos, criou-se

na região um teatro identitário e tradicional, marcado por sua resistência a indústria cultural e modernização conservadora da sociedade, engajado em tratar de questões políticas e sociais, regionais e nacionais.

Com o intuito de abrir espaços para reflexões coletivas e contemporâneas, o Teatro Político no ABC: identidade e resistência traz ao Sesc Santo André grupos teatrais da região do Grande ABC, ou que tenham uma relação estreita com a região. São espetáculos que estabelecem diálogos com o passado, propõem hipóteses históricas que se desprendem de teses ideológicas; determinam um ponto de partida para o pensamento político ao desconstruir ideias e esboçar novos entendimentos sobre tensões presentes na convivência em sociedade. Outro aspecto que completa a identidade dinâmica do teatro no ABC é sua capacidade de resistir às dificuldades de trabalhar com teatro na região. Dentro de processos que marginalizam a produção artística local, muitos grupos articulam-se de maneira colaborativa, compartilham espaços, trabalhos e dividem contribuições técnicas como direção, dramaturgia, cenário e iluminação dos espetáculos, culminando em um reconhecimento mútuo da produção teatral na região.

Além dos espetáculos, um bate-papo com a professora e doutora Katia Paranhos e com o ator Celso Frateschi dá início à programação do projeto. A conversa convida o público a refletir, a partir de relatos acadêmicos e vivenciais, sobre a história do teatro no ABC e a relação entre arte e política, estendendo um pano de fundo sob as peças e aberturas de processo do projeto.

As peças do Teatro Político no ABC: identidade e resistência acontecem do dia 14 de março a 15 de abril. As apresentações se intercalam entre espetáculos gratuitos com livre acesso ou retirada de ingressos com uma hora de antecedência, além de espetáculos com venda de ingressos pelo Portal Sesc SP ou nas Bilheterias da Rede Sesc. A recomendação etária varia de livre a 16 anos de idade. Confira abaixo a programação completa com todas as informações.

Teatro Político no ABC: identidade e resistência Programação

Dia 14/03 – Quarta-Feira, 20h, no Teatro

Mesa de Abertura

Para iniciar a programação, Kátia Paranhos e Celso Frateschi apresentam um panorama histórico do teatro político no ABC Paulista, por meio de relatos acadêmicos e experiências vividas pelos mediadores em contextos históricos da região. O debate traça um paralelo das expressões políticas imersas nas manifestações artísticas e culturais do Grande ABC. A Mesa de Abertura acontece no Teatro, e para participar é necessária a retirada do ingresso a partir das 19h na Loja Sesc ou Bilheteria.

Katia Paranhos é doutora em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), professora do Instituto de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É também autora de livros como “História, teatro e política” (2012) e “Cena, dramaturgia e arquitetura: instalações, encenações e espaços sociais” (2014).

Celso Frateschi é ator, realizou sua estreia no Teatro de Arena de São Paulo em 1970. Ao longo de sua carreira, trabalhou com vários dos principais do teatro brasileiro, e já foi premiado em prêmios Mambembe, Shell e APETESP. Foi Secretário de Cultura em Santo André, Secretário de Cultura em São Paulo, Presidente da Funarte, Secretário de Cultura de São Bernardo do Campo e Diretor do TUSP: Teatro da Universidade de São Paulo. Foi também professor de interpretação da Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo dentre 1980 e 2017. Atualmente dirige e atua no Ágora Teatro e está em cartaz com “Sonho de Um Homem Ridículo”, de Dostoievski, e “Diálogo Noturno com um Homem Vil”.

Dia 17 e 18/03 – Sábado às 20h e Domingo às 19h, no Teatro

Afinação 1 – com Georgette Fadel

Neste espetáculo Georgette Fadel apresenta como personagem uma aula ministrada pela pensadora e professora francesa Simone Well . Em uma conferência sobre a relação entre opressão, sofrimento e o pensamento racional, a personagem incita a beleza de conhecer a possibilidade de, por meio do exercício do pensamento, ver o mundo como ele é e habitá-lo com justiça. O protagonismo é voltado exclusivamente aos movimentos do raciocínio ao trabalhar textos de Bertolt Brecht, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, e da própria Simone Well. Em cena, Georgette faz uso do violoncelo como objeto simbólico da expressão sútil de afinação de ideias colocadas em conflito no palco. A peça é apresentada em duas noites diferentes no Teatro da unidade: no dia 17/03, sábado, às 20h; e domingo, 18/03, às 19h. A venda de ingressos acontece pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores variam em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

Georgette Fadel é atriz formada pela Escola de Arte Dramática (ECA/USP), e também diretora formada pelo Departamento de Artes Cênicas (ECA/USP). É professora de Interpretação na Escola Livre de Teatro (ELT) de Santo André e no Estúdio Nova Dança, São Paulo. Ganhou o Prêmio Shell em 2007 como melhor atriz, com a peça “Gota D’Água-Breviário”, e ganhou em 2009 na Categoria Especial pelo espetáculo “Quem Não Sabe Mais Quem é, O Que é e Onde Está, Precisa se Mexer”, da Cia. São Jorge de Variedades.

Dia 18/03 – Domingo, às 12h, no Teatro

Esperando Gordô – com Cia. Lona de Retalhos

Voltado para o público infantil, a peça é inspirada em personagens do dramaturgo Samuel Beckett e na iconografia do Circo Nerino, e traz para o palco um circo abandonado, onde só sobraram alguns adereços de picadeiro e duas palhaças que, esperam alguém que as tire de lá. Durante a espera, a plateia torna-se cúmplice de todas as surpresas e confusões vivenciadas no palco. A venda de ingressos acontece diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores variam em R$ 5,00 (Credencial-Plena), R$ 8,50 (Meia-entrada) e R$ 17,00 (Inteira). Grátis para crianças até 12 anos mediante a retirada de ingressos na Bilheteria. Livre para todos os públicos.

A Cia. Lona de Retalhos nasceu em 2006 no ABC Paulista, com a parceria entre duas atrizes que trabalhavam como clowns num projeto de humanização hospitalar em São Paulo: Carina Prestupa e Thaís Póvoa. A possibilidade de pesquisar a linguagem do clown no palco traz o trabalho de investigação dramatúrgica para o público infantil, baseado em grandes obras da dramaturgia universal. Em 2016 a Cia completou 10 anos de estrada com a estreia de seu novo espetáculo infantil “Rinocerantas”.

Dia 21/03 – Quarta-feira, às 20h, no Teatro

Abertura de Processo: Flores Vermelhas – com Cia. do Flores

A peça estabelece relações com as águas de um rio, guias para o destino de uma cidade e de seus habitantes que carregam em latas de lama seus pecados ao longo da vida. A Cia. das Flores conflita em cena o sagrado e o profano no mesmo espaço de fidelidade divina, faz um paralelo entre o receio do pecado e o desejo de se libertar das prisões internas, sejam elas impostas pela igreja, sociedade ou pelo poder. O espetáculo é grátis, mediante a retirada de ingressos a partir das 19h na Loja Sesc ou Bilheteria da unidade. Recomendação etária a partir de 16 anos.

A Cia. do Flores foi criada em 2015 por um grupo de artistas de São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e São Paulo. A companhia promove um encontro não apenas de regiões mas também de gerações, mesclando experiência e inovação ao estabelecer a missão de pensar, praticar e agir, utilizando o teatro como ferramenta para

provocar o ser humano a fazer cada vez mais perguntas, a fim de torna-lo um cidadão mais consciente de seu entorno e de si mesmo.

Dia 23/03 – Sexta-feira, às 21h, no Espaço de Eventos

Patética – com Cia Estável de Teatro

Escrita em 1976, a peça incita o público a refletir sobre as circunstâncias do assassinato de Vladmir Herzog – jornalista, professor e dramaturgo morto nos porões do DOI-Codi, em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto. No espetáculo, uma trupe de artistas de circo que está prestes a se desfazer conta pela primeira e última vez a história de Glauco Horowitz (Herzog) desde a imigração dos pais para o Brasil fugindo da 2a Guerra, passando pela carreira no Brasil durante a Ditadura Militar, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não foi suicídio, e sim assassinato. O espetáculo é grátis, mediante a retirada de ingressos a partir das 20h na Loja Sesc ou Bilheteria da unidade. Recomendação etária a partir de 16 anos.

Com dezesseis anos de trajetória, a Cia. Estável de Teatro foi formada na Escola de Teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul e contemplada em seis edições da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserido. O primeiro projeto do grupo, “Amigos da Multidão”, foi realizado no teatro Flávio Império, em Cangaíba, Zona Leste de São Paulo, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças.

Dia 24/03 – Sábado, às 20h, no Teatro

Flores Amarelas – com Cia. do Flores

A peça retrata uma festa em homenagem aos santos da Bahia e celebra a boa colheita do cacau. No centro da encenação a festa dá lugar às fazendas, à mata-deus, histórias e segredos que permeiam a vida de Orozina, Donana, Davi, Francisco, Jeremias e Antonio. Na medida em que a semente floresce, revelam-se para o público as músicas e sua poesia, graças e desgraças dos causos de mata-deus, dores do preconceito, e a revelação de uma história prometida. A venda de ingressos acontece pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores variam em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

A Cia. do Flores foi criada em 2015 por um grupo de artistas de São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e São Paulo. A companhia promove um encontro não apenas de regiões mas também de gerações, mesclando experiência e inovação ao estabelecer a missão de pensar, praticar e agir, utilizando o teatro como ferramenta para provocar o ser humano a fazer cada vez mais perguntas, a fim de torna-lo um cidadão mais consciente de seu entorno e de si mesmo.

Dia 31/03 – Sábado, às 16h, na Área de Convivência

Pão e Circo – com Coletivo Menelão

O espetáculo conta a vida de Carneiro Leal, uma viúva que após anos trabalhando em uma padaria é despedida e despejada, ficando na rua com seus sete filhos. O jovem aprendiz de jornaleiro Whashington resolve ajudá-la, mas vão descobrir que o sistema é um pouco mais cruel do que eles imaginam. Os DES (DESmpregados, DESsajustados, DESapontados, DESmiolados) contornam a história e nos fazem refletir um pouco mais sobre as suas atuais

condições de trabalho. Teatro, circo, música e máscaras expressivas em um espetáculo épico, dialético, crítico e dinâmico. O espetáculo é gratuito e sem necessidade de retirada de ingressos. Livre para todos os públicos.

Criado em 2012 na cidade de São Bernardo do Campo, o Coletivo Menelão é composto por artistas de diferentes regiões do ABC Paulista. O grupo pesquisa o espaço alternativo como recurso estético, o teatro épico dialético como recurso formal, além de técnicas de circo e máscaras expressivas. “Pão e Circo”, segunda montagem do grupo, foi contemplada pelo prêmio do PROAC Primeiras Obras em 2014. Em 2017, junto a coletivos parceiros, o Menelão fundou o Fórum de Teatro de São Bernardo do Campo.

Dia 01/04 – Domingo, às 19h, no Teatro

Ponto Segredo, Primeiros Fios – com Pontos de Fiandeiras

Neste espetáculo, três senhoras remendam e arremedam sus lembranças enquanto fiam e tecem costuras. As personagens divertem-se com as lembranças adormecidas, suspiram de tristeza pelos contratempos da vida dura e sentem saudade do tempo que se foi. Neste desfiar de lembranças individuais, elas buscam entremear-se à memória do espectador para tramar a cumplicidade do encontro e, quem sabe, os fios da memória coletiva. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

O grupo Pontos de Fiandeiras nasceu com o intuito de possibilitar a criação de uma cena teatral que investigue a pesquisa e a ressignificação de redes de comunicantes entre artistas diversos. Criado em Março de 2011, o projeto coletivo conta com integrantes oriundos da Escola Livre de Teatro (ELT) de Santo André, do SENAC São Paulo, da Universidade Anhembi Morumbi, da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual Paulista. O grupo busca por um teatro que alinhave a cena em consonância com o ser histórico social.

Dia 04/04 – Quarta-feira, às 20h, no Teatro

Abertura de Processo: Uma Dança para Partir – com Cia. do Nó

O espetáculo, inspirado no poema “A Tabacaria”, de Fernando Pessoa, traz a proposta de investigar uma linguagem de interpretação que sustente uma atmosfera sedutora e ao mesmo deixe aberto um grande espaço reflexivo, para que o público conecte suas próprias narrativas. A história contada nunca será a história compreendida. Do instante anterior à passagem pela porta, da dor do abandono da casa, do cotidiano, das saudades do passado e de uma xícara de café. O espetáculo é gratuito, mediante a retirada de ingressos a partir das 19h na Loja Sesc ou Bilheteria da unidade. Recomendação etária a partir de 16 anos.

A Cia. do Nó é um coletivo que possui um teatro-sede na Vila Assunção, em Santo André e, desde 1999, desenvolve projetos de pesquisa, formação e difusão da linguagem teatral. Tem por principal objetivo possibilitar encontros entre pessoas para a reflexão de cada indivíduo sobre si e a sociedade na qual estão inseridos. Trabalhando neste sentido, a companhia também possibilita a criação de vínculos, de relações comunitárias entre alunos, familiares, amigos, artistas, público, que convivem em seu teatro-sede.

Dia 01 a 15/04 – Domingos, às 12h, no Teatro

Rinocerantas – com Cia. Lona de Retalhos

Tendo como inspiração o texto “O Rinoceronte”, de Eugène Ionesco, assim como seus contos infantis, o espetáculo traz ao público infantil o fantástico e humorado universo do dramaturgo romeno. A peça dialoga sobre a tolerância e a convivência com as diferenças, temas urgentes em nossa sociedade. Ingressos à venda nas Bilheterias da rede

Sesc, nos valores em R$ 5,00 (Credencial-Plena), R$ 8,50 (Meia-entrada) e R$ 17,00 (Inteira). Grátis para crianças até 12 anos mediante retirada de ingresso na Bilheteria. Livre para todos os públicos.

A Cia. Lona de Retalhos nasceu em 2006 no ABC Paulista, com a parceria entre duas atrizes que trabalhavam como clowns num projeto de humanização hospitalar em São Paulo: Carina Prestupa e Thaís Póvoa. A possibilidade de pesquisar a linguagem do clown no palco traz o trabalho de investigação dramatúrgica para o público infantil, baseado em grandes obras da dramaturgia universal. Em 2016 a Cia completou 10 anos de estrada com a estreia de seu novo espetáculo infantil “Rinocerantas”.

Dia 06/04 – Sexta-feira, às 21h, no Teatro

O Crocodilo – com Cia. Estrela D’Alva de Teatro

Um empreendedor decide comemorar um contrato fechado visitando uma exposição e é engolido por um crocodilo. Dentro do estômago do animal, o homem segue vivo, provocando polêmica sobre ser salvo ou não, já que agora ele gera ainda mais lucro para os donos do crocodilo. O espetáculo é um estudo da sociedade moderna a partir do conto fantástico de Dostoiévski. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

Fundada em 2005 na cidade de Santo André, a Cia. Estrela D ́Alva teve como base de sua pesquisa a literatura e a palavra como estrutura de interpretação do ator. Desde então o grupo trabalha em projetos de espetáculos que aliam o teatro ao estudo literário. O mergulho na literatura se dá através de um exercício aprofundado de pensar a obra como disparador de um pensamento de mundo que é dado a ver em cena.

Dia 08/04 – Domingo, às 19h, no Espaço de Tecnologias e Artes

Ponto Corrente – com Pontos de Fiandeiras

Com base em pesquisas e entrevistas, o espetáculo aborda a militância feminina no ABC Paulista contra a ditadura civil-militar brasileira. Como em diversas outras localidades, elas não pegaram em armas, mas foram responsáveis por um importante movimento de conscientização, conquistas comunitárias e avanço social, seja à frente ou no suporte às ações transformadoras. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

O grupo Pontos de Fiandeiras nasceu com o intuito de possibilitar a criação de uma cena teatral que investigue a pesquisa e a ressignificação de redes de comunicantes entre artistas diversos. Criado em Março de 2011, o projeto coletivo conta com integrantes oriundos da Escola Livre de Teatro (ELT) de Santo André, do SENAC São Paulo, da Universidade Anhembi Morumbi, da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual Paulista. O grupo busca por um teatro que alinhave a cena em consonância com o ser histórico social.

Dia 11/04 – Quarta-feira, às 20h, no Teatro

Abertura de Processo: E Isto é Tudo ou do que pudemos lembrar – com Cia. Grite

A ação de “E Isto é tudo ou do que pudemos lembrar” se passa entre o amanhecer e o final da noite de um dia qualquer num pequeno vilarejo. Os naturais deste lugar desenvolvem algum tipo de enfermidade que acomete seus sentimentos e memórias aprisionando-os entre o esquecimento e a dúvida. A maldição assombra a todos desde o berço. Eles passam procurar desde cedo a cura para este mal, ou encontrar possibilidades que os resgatem do

esquecimento quando forem afetados por ele. O espetáculo é gratuito, mediante a retirada de ingressos a partir das 19h na Loja Sesc ou Bilheteria da unidade. Recomendação etária a partir de 16 anos.

Há 21 anos a Cia. Grite de Teatro/USCS busca, por meio do teatro, sair da caverna desenhada por Platão em “A República”, deixando de ver o mundo, o homem e suas ações pela visão das sombras e sons descontextualizados, rompendo assim, com o universo de aparências e valores deturpados que nos são apresentados cotidianamente. Foi dessa maneira que o trabalho realizado pelo Diretor, Atores e Técnicos cresceu, ganhou força e hoje registra trinta e quatro espetáculos montados e prêmios recebidos.

Dia 13/04 – Sexta-feira, às 19h, no Teatro

Lenin – com NÚCLEOZONAAUTÔNOMA

Um homem vivendo no século XXI decide viajar no tempo com o propósito de entregar um presente para um líder num sindicato em São Bernardo do Campo que, segundo ele, foi o responsável pelo desperdício de sua juventude nos anos noventa. Porém, durante a jornada, começa a desconfiar que a ação de modificar o passado para alterar o presente pode ser uma tentativa fracassada de revolução. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

Formado por artistas andreenses em 2004, o Coletivo Zona Autônoma, inspirado pelas ideias de Hakim Bey contidas no livro TAZ (zona autônoma temporária), lançou-se as ruas da cidade de Santo André, a fim de propagar a arte feita no ABC. Somam-se a esta iniciativa Marcio Castro e Talita Araújo, que assumem a condução do coletivo em 2010 através de performances na região e, imbuídos das necessidades de melhor articular processos artísticos e políticos, ingressam na graduação em História. A dupla vislumbra como projeto de continuidade do núcleo transformar a discussão pública e política em linguagem estética do grupo.

Dia 14/04 – Sábado, às 20h, no Teatro

Trotsky – Peça para Televisores e Não Televisores – com NÚCLEOZONAAUTÔNOMA

Protagonista de um seriado policial norte-americano, Trotsky, um revolucionário comunista na casa dos 30 anos, é encontrado morto. Apesar de todos os membros de sua família serem suspeitos, verifica-se que a morte é de fato fruto de um suicídio. Contudo, após alguns anos, uma arma é descoberta próximo ao local de sua morte, e a investigação é reaberta. Os investigadores repassam novamente as histórias narradas pelos envolvidos e tenta-se mapear quais foram os motivos que levaram toda a família a tão triste acontecimento. Mas, para além de encontrar os culpados, o propósito da história é refletir sobre a dialética da utopia comunista versus a sedimentação naturalizada do capitalismo nos suportes de representações de uma sociedade. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

Dia 15/04 – Domingo, às 19h, no Teatro

Rosa Maria Luxemburgo: O Monólogo Interior da Mulher do Operário – com NÚCLEOZONAAUTÔNOMA

Rosa Maria Luxemburgo: O Monólogo Interior da Mulher do Operário é uma peça feminista que começa errada: seu título apresenta a ideia de posse sobre a mulher, com a finalidade de esboçar o erro para depois destruí-lo. Propõe- se trabalhar sobretudo a desconstrução em verbo e ação cênica a partir da noção de que em todos nós atuam fortemente hábitos residuais do patriarcado. Todas as cenas engendram-se através de um dispositivo a contrapelo, sobre os quais é preciso martelar todos os dias, para construir uma sociedade na qual mulheres e homens tenham o mesmo peso de opinião e o mesmo direito de estarem vivos. Em cena uma atriz, um ator, um músico e uma DJ

desenham uma narrativa quebrada, incerta. O contexto sócio político que os atores viveram durante a infância sob a ótica de suas próprias mães serve de base para esta explanação, para o desenho dessas narrativas quebradas, pois a peça denuncia o que há de disfuncional dentro do patriarcado. Ingressos pelo Portal Sesc SP ou diretamente em qualquer bilheteria da rede Sesc. Valores em R$ 6,00 (Credencial-Plena), R$ 10,00 (Meia-entrada) e R$ 20,00 (Inteira). Recomendação etária a partir de 16 anos.

SESC SANTO ANDRÉ

Rua Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar – Santo André
Telefone – (11) 4469-1311
Estacionamento (vagas limitadas): Credencial Plena – R$ 5 (R$ 1,50 por hora adicional) | Outros – R$ 10 (R$ 2,50 por hora adicional).
Informações sobre outras programações:
sescsp.org.br/santoandre | facebook.com/SESCSantoAndre

Assessoria de Imprensa do Sesc Santo André:

Cauê Colodro | 11 4469-1312
Cibele Porzelt | 11 4469-1310 [email protected]

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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