O Naturalismo é um estilo realista que envolve a representação da natureza (incluindo as pessoas) com a menor distorção ou interpretação possível. Há uma visão quase fotográfica nas melhores pinturas naturalistas: uma qualidade que requer o máximo de detalhes visuais.
Como todos os estilos comparáveis, o naturalismo é influenciado em certa medida pela estética e pela cultura, bem como pela inevitável subjetividade do artista. Mas é uma questão de quão realista a obra pode ser, afinal, nenhuma pintura consegue ser totalmente fiel. O artista está fadado a fazer pequenas distorções para criar sua ideia de uma imagem perfeitamente natural. No entanto, se um artista se propõe com o claro objetivo de replicar a natureza, então pode ser classificado dentro deste gênero.
O naturalismo “moderno” data do início do século XIX e foi muito influenciado pela moda literária da autenticidade. O termo foi cunhado pela primeira vez pelo escritor francês Émile Zola. Surgiu primeiro nas pinturas de paisagem da Inglaterra, antes de se espalhar para a França e depois para outras partes da Europa.
Em Portugal o movimento foi iniciado pela obra “O Crime do Padre Amaro” (1875) de Eça de Queirós. A maior característica do naturalismo Literário é se classificar como um estilo antirromântico. Basicamente se pregava escrever para retratar as coisas tal como elas se apresentam na realidade material.
O naturalismo é frequentemente confundido com o realismo, um estilo de arte da vida real que se concentra em realidades sociais e fatos observáveis, ao invés de ideais estéticos.
A diferença entre realismo e naturalismo na pintura são duas: primeiro, o realismo tende a se preocupar mais com conteúdo do que com método. Ou seja, concentra-se na questão de “quem” ou “o que” está sendo pintado, em vez de “como” ele é pintado. Normalmente, os artistas realistas retratam pessoas comuns em suas vidas, em vez de grandes indivíduos que realizam algum tipo de ato heróico ou nobre. Em contrapartida, o naturalismo é mais sobre “como” um assunto é pintado, ao invés de “quem” ou “o que” é.
Em segundo lugar, o realismo é tipicamente associado à promoção da consciência social ou política. Suas imagens frequentemente defendem um conjunto particular de políticas sociais ou políticas, como no caso de movimentos como a American Scene Painting (c. 1925-45), a Escola Ashcan (c.1900-1915), o precisionismo (florescente década de 1920), o realismo social. (1930) e realismo socialista (década de 1930 em diante). É claro que artistas realistas geralmente pintam de maneira naturalista, mas o naturalismo não é sua principal preocupação e raramente é o ponto de suas obras.
A escultura naturalista antecede a pintura naturalista por vários séculos. Desde que os grandes expoentes da escultura grega conseguiram replicar o corpo humano, eles reivindicaram a realização da primeira forma de Naturalismo na arte. Afinal, a pintura egípcia, etrusca e grega observava convenções não-naturalistas, assim como a arte bizantina (murais e mosaicos).
Após a estagnação da idade das trevas, o primeiro reavivamento naturalista real ocorreu durante o início do século XIV, como resultado da ruptura de Giotto com a figuração em estilo gótico. Posteriormente, a arte renascentista italiana apresentou avanços significativos no naturalismo figurativo, mas não na paisagem, uma vez que esta última ainda não era vista como suficientemente importante para ser tratada como um gênero independente. Os contribuintes mais importantes para o naturalismo durante a Renascença e as primeiras eras barrocas foram Leonardo, Michelangelo, Albrecht Durer e Caravaggio.
Dois exemplos encantadores de naturalismo foram criados pelo artista alemão Durer: A Young Hare (1502) e A Great Piece of Turf (1503), ambos em Albertina, Viena.
A era barroca holandesa (1600-1680), sendo dominada pela estética mais secular da arte da reforma protestante, testemunhou uma onda de obras realistas por artistas que pretendiam replicar a natureza com a maior precisão possível, no desenho figurativo, pintura de paisagem e na pintura de gênero.
Este tipo de naturalismo holandês foi amplamente apreciado pelos novos patronos da classe média em toda a Holanda, e artistas como Jan Davidsz de Heem (1606-1683), Willem Kalf (1619-93), Aelbert Cuyp (1620-91), Samuel Van Hoogstraten ( 1627-78), Jacob Van Ruisdael (1628-82) e Jan Vermeer (1632-1675) trabalharam arduamente para satisfazer a demanda por pintura de gênero, interiores, pinturas de natureza-morta e paisagens locais. Mas a apreciação durou pouco: a contra-reforma católica levou a arte para o idealismo artístico (c.1680-1780), que levou ao romantismo, a forma moderna de idealismo.
Esse movimento inspirou as pesquisas de Karl Marx ao criar o materialismo dialético. Isso levou a filosofia do movimento para o âmbito político. Para Marx o proletário estava esquecido pelas correntes historiográficas de sua época que, ao fechar os olhos para a realidade do trabalhador, estavam parecendo filosofias românticas. Assim ele inaugura uma corrente até então inexistente, agora a ciência histórica podia observar fenômenos pela ótica comunista.
Na pintura, o Idealismo é um conceito mais aplicável à representação de figuras, e se refere à tradição de criar uma imagem humana “perfeita”, uma com cara bonita, cabelos perfeitos, boa forma corporal e sem defeitos exteriores de qualquer tipo.
Raramente esse tipo de representação idealizada era o melhor para retábulos e outras formas de arte religiosa em grande escala, que representavam a maioria das encomendas realizadas a oficinas e estúdios na Europa.
Essencialmente um estilo “artificial” de pintura, não tinha qualquer semelhança com o naturalismo de Caravaggio, que tipicamente usava pessoas comuns como modelos para sua marca particular de arte bíblica. O idealismo continuou sendo o estilo pregado nas principais academias de belas artes, pelo menos até o século XIX, quando foi finalmente substituído por um modo mais naturalista baseado em modelos da vida real e pintura ao ar livre.
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