Impressionismo: contexto histórico, características e seus artistas

O impressionismo é um movimento artístico surgido na França em 1870. Rompendo com a estética vigente na época, seus artistas não se preocupavam em retratar a realidade com precisão; mas sim que as obras fossem vistas em si mesmas. Trata-se da captura de uma cena a partir do olhar do pintor, um recorte.
Em vez de pintar em um estúdio, os impressionistas passaram a produzir suas obras ao ar livre, capturando os efeitos da luz solar. Consequentemente, tivemos uma mudança no estilo de confecção das obras, com pinceladas rápidas e quebradas a fim de retratar a luz e seus movimentos.
1. Contexto histórico
Ao longo do século XIX (19), a maioria dos pintores franceses produziram obras que iam ao encontro dos critérios tradicionais valorizados pela Academia de Belas Artes de Paris.
A instituição organizava os salões de arte exibindo obras que retratavam assuntos convencionais da época (cenas históricas, mitológicas e alegóricas) reproduzidas em um estilo realista.
Conhecido como Associação Cooperativa e Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores, esse grupo de artistas (Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar Degas, Camille Pissarro, entre outros) realizaram sua primeira exposição em 1874, visando contrapor a estética de arte tradicional citada acima.

2. Principais características do Impressionismo
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas, o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura. Listamos as principais características do Impressionismo:
- A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
- As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
- As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.
3. O impressionismo no Brasil
A pintura rápida de paisagem ao ar livre e o comércio da inovadora gama de cores industriais foram condições do surgimento do Impressionismo na França na década de 1870. Na década seguinte, as mesmas condições passaram a existir no Rio de Janeiro. No fim do século XIX, a designação de impressionista aplicada a pintores brasileiros já era usada pela imprensa local.
O pintor Grimm implantou o ensino da pintura de paisagem ao ar livre no Rio de Janeiro em 1884, na Academia de Belas Artes, contra a vontade dos acadêmicos.

Dois anos depois, seu contrato não foi renovado, e Grimm deixou a Academia, seguido por sete discípulos fiéis que o acompanharam até a praia de Boa Viagem, em Niterói — dentre eles, Castagneto e Parreiras, que desenvolveram a própria técnica de pintura ao ar livre nos anos seguintes. Castagneto era especialmente rápido ao pintar.
Nas décadas de 1890 e 1900, Visconti, os irmãos Arthur e João Timóteo da Costa e o casal Georgina e Lucílio de Albuquerque viajaram à França com prêmios e bolsas governamentais, lá testemunhando a consagração do Impressionismo.

De volta ao Brasil, desenvolvem a pintura rápida de paisagem ao ar livre, já sabendo sobre a técnica impressionista. Visconti, por exemplo, foi chamado de impressionista em 1898 pela imprensa brasileira. Aqui praticaram o Impressionismo também Antônio Garcia Bento, Mário Navarro da Costa e Henrique Cavalleiro.
4. Principais artistas
Claude Monet (1840-1926)
Claude Monet foi pintor francês e é considerado um dos mais importantes artistas do Impressionismo.
Monet rejeitou a abordagem tradicional da pintura de paisagem e, em vez de copiar os velhos mestres, ele aprendeu com seus amigos e com a própria natureza.
Monet observou variações de cor e luz causadas pelas mudanças diárias ou sazonais.


Pierre-August Renoir (1841-1919)
Pierre Renoir foi um pintor francês, considerado um dos grandes nomes do movimento Impressionista. As suas pinturas são notáveis por sua luz vibrante e cores saturadas, na maioria das vezes focando nas pessoas em composições íntimas e sinceras.
O nu feminino foi um de seus temas principais. Num estilo impressionista característico, Renoir sugeria os detalhes de uma cena por meio de toques de cor livremente escovados, de modo que suas figuras se fundissem suavemente umas com as outras e com seus arredores.


Mary Cassatt (1844-1926)
Mary Stevenson Cassatt foi uma pintora e gravurista norte-americana. Ela viveu grande parte de sua vida adulta na França e fez amizade com Edgar Degas e se envolveu entre pintores impressionistas.
Cassatt costumava criar imagens da vida social e privada das mulheres, com ênfase particular nos laços íntimos entre mães e filhos.


Edgar Degas (1834-1917)
Edgar Degas foi um artista francês famoso por seu trabalho em pintura, escultura, gravura e desenho. Ele é considerado um dos fundadores do impressionismo, embora rejeitasse o termo e preferisse ser chamado de realista.
Um desenhista esplêndido, ele é especialmente identificado com o tema da dança, e mais da metade de suas obras retratam dançarinos.
Estes mostram sua maestria na representação de movimento, assim como seus sujeitos em hipódromos e nus femininos. Seus retratos são considerados um dos melhores da história da arte.


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Fontes: