A pintura Renascentista do século XV apresenta uma série de elementos e técnicas, procedentes e aprimoradas do início do século. Os artistas nesse contexto substituem a têmpera e o fresco pela pintura a óleo; utilizam novos suportes como a tela e desenvolvem rigorosamente e cientificamente a técnica da perspectiva.
Por outro lado, quanto aos aspectos formais, em meados do século XV, alguns dos artistas incluem em suas obras: cenários arquitetônicos, ilusionismo espacial, conhecido por trompe l’oeil[1], naturalidade e realismo anatômico.
Entre os grandes nomes do Renascimento atuando no século XV, encontram-se os italianos: Andrea MANTEGNA (1430/5 – 1506); Giovanni BELLINI (1430/3-ca.1516); Donato BRAMANTE (1444 – 1514); Sandro BOTTICELLI (1444/45 – 1510); Pietro PERUGINO (ca.1448 – 1523); Domenico GHIRLANDAIO (1448/9 – 1494) e Piero di COSIMO (1462 – 1522); e dos Países Baixos, Hugo van DER GOES (1440-1482) e Hieronymus BOSCH (ca.1450 – 1516)
A composição triangular da gravura, A Virgem e Criança, reflete o gosto dos primeiros renascentistas. A criança abrigada no calor dos braços da jovem é a representação máxima do amor maternal. Os traços do rosto da Virgem e o drapeado greco-romano da roupa são características marcantes da obra de Andrea MANTEGNA (c.1430/5 – 1506).
Em Pádua, Mantegna foi aluno de Francesco SQUARCIONE (1397 – 1468), homem apaixonado pela arte clássica, sobretudo pela cultura romana, mas sua formação se deu junto à Escola florentina, em busca de um estilo mais naturalista, inspirado por DONATELLO (1386 – 1466) e MASACCIO (1401 – 1428/9).
Segundo Janson (1992, p. 429) “Mantegna foi o pintor mais importante do Proto-Renascimento e, como [Masaccio], um gênio precoce, perfeitamente capaz, aos dezessete anos, de executar encomendas sozinho.”
A introdução do trompe l’oeil (ilusionismo espacial) e o desenho arquitetônico nos afrescos, principalmente junto aos tetos foi seguida por muito tempo por outros artistas. “A veneração de Mantegna pelos restos visíveis da Antiguidade mostra a sua estreita relação com os sábios humanistas da Universidade de Pádua.” (JANSON, 1992, p. 429)
O cunhado e amigo, Giovanni BELLINI (c.1430/3 – c.1516), DÜRER (1471 – 1528); Leonardo DA VINCI, (1452 – 1519) e CORREGGIO (1489 – 1534) foram influenciados por seu estilo.
Separado do observador por um parapeito a Madona e a Criança observam atentamente para fora. A cortina puxada para o lado deixa entrever a paisagem ao fundo. Os tons fortes pertencem ao estilo praticado em Veneza.
Giovanni BELLINI (c.1430/3 — c.1516), o mais famoso de uma família de pintores de mesmo sobrenome, era cunhado de Andrea MANTEGNA, de quem recebeu grande influência. O artista é considerado como renovador da pintura da escola veneziana, movendo-a para um estilo mais sensual e colorido.
Nas obras iniciais, Bellini combina a severidade do desenho e a rigidez complexa do drapeado da escola de Pádua com uma maior delicadeza nos traços. Aos poucos, principalmente na fase tardia, sua pintura renascentista traduz imensa sensibilidade e um toque sereno. As cores venezianas surgem nas figuras, no cenário e na paisagem ao fundo.
Bellini incorporou a técnica da pintura à óleo dos mestres flamengos, diferente da têmpera usada naquele tempo pela maioria dos pintores e incorporou novas tonalidades e cores em suas composições, impondo o desenvolvimento do Renascimento italiano.
Segundo Janson (1992, p. 431-432) Bellini é considerado o mais notável pintor da cidade de Veneza, “herdeiro dos dois grandes pintores do século XV, unindo a grandiosidade florentina de Masaccio com a intimdade poética do setentrional Jan van Eick.”
A pintura renascentista A Adoração dos Magos de Sandro BOTTICELLI (1444/45 – 1510) apresenta uma paisagem greco-romana. A elaborada perspectiva frontal e os elementos arquitetônicos levam o olhar do observador para o que é importante: o menino recém-nascido sobre o colo de sua mãe recebe as mais altas autoridades das nações amigas.
Botticelli conviveu com o desenho e a delicadeza da profissão de ourives desde muito jovem. Os estudos junto à Escola Florentina e a aptidão para o desenho e pintura o levaram para a oficina de Fra Filippo LIPPI (ca. 1406 – 1469), que o introduziu na representação da perspectiva e nas figuras com vestes em brocados ou tecidos esvoaçantes e leves.
Aos 25 anos, como gravador, abriu uma oficina e recebeu como aluno, Filippino LIPPI (c. 1457- Florença, 1504) filho do velho mestre.
Botticelli aprendeu o neoplatonismo cristão e conciliou com as ideias clássicas, aprofundando o conhecimento sobre a mitologia e seus simbolismos, tornando-se o pintor favorito dos Médici, principalmente de Lourenço, o Magnífico; o grande mecenas de Florença.
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana: de Giotto a Leonardo. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. 448 p.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2000. 714 p.
HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 1032 p.
JANSON H. W. História da Arte. Tradução J.A. Ferreira de Almeida; Maria Manuela Rocheta Santos. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 823 p.
MARTINI, Fátima R. S. A formação do mundo moderno. In Estética e História da Arte Mundial I: aula 26. Santos/SP: UNIMES, 2014. 101 p.
MARTINI, Fátima R. S. A Pintura Renascentista e Maneirista nos Museus. In Curso de Extensão/UNIMES virtual. Santos/SP: UNIMES, 2016. 57 p.
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METROPOLITAN MUSEM OF ART, Nova York, EUA Disponível em: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/435641 Acesso em: 11 jul. 2019.
[1] Técnica em pintura, o trompe-l’oeil ilude o olhar e cria uma ilusão de ótica. As formas ou profundidade pintadas em duas dimensões, sobre uma superfície, ganham a sensação de três dimensões.
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Show de imagens, que nos levam a um período de grandes artista na historia da arte. Parabens.