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7 fatos sobre a Bienal de Veneza de 2024

Por Thais de Albuquerque - abril 19, 2024
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A Bienal de Veneza foi fundada em 1895 e é hoje uma das mais famosas e prestigiadas organizações culturais do mundo. A edição deste ano será realizada de 20 de abril a 24 de novembro de 2024, com pré-abertura nos dias 17, 18 e 19 de abril. Esta Bienal tem influência direta nas tendências do mercado de artes, revelando artistas fundamentais para os debates culturais ao redor de todo o mundo.

Acompanhe 6 fatos sobre a Bienal de Veneza de 2024 e acompanhe as atualizações com o Arte Ref.

1. O brasileiro Adriano Pedrosa é o curador.

Bienal de Veneza
Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Veneza 2024

A Bienal de Veneza nomeou Adriano Pedrosa, atual diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, como Diretor do Setor de Artes Visuais, responsável pela curadoria da 60ª Exposição de Arte Internacional. Adriano Pedrosa também permanecerá, durante o período, como diretor artístico do MASP. Pedrosa é o primeiro curador latino-americano desta Bienal.

2. Tema do evento destaca artistas estrangeiros e periféricos

Sob o tema “Foreigners Everywhere”, anunciado em junho de 2023, a exposição irá explorar os conceitos de “ser estrangeiro(a)”, com foco nos deslocamentos humanitários, além da percepção daqueles que se sentem forasteiros em seu próprio território, a exemplo de comunidades indígenas, LGBT+, negros e todos aqueles que fogem ao padrão branco hetero normativo, eurocêntrico e patriarcal. De acordo com Adriano Pedrosa, muitos artistas também se incluem nesse sentimento.

Bienal de Veneza
Tema da Bienal de Veneza

O tema foi inspirado por uma série de neons do coletivo artístico Claire Fontaine, fundado em Paris em 2004 pela artista italiana Fulvia Carnevale e pelo artista britânico James Thornhill, atualmente radicado em Palermo, na Itália. A série “Foreigners Everywhere” é composta por diversos slogans escritos com neón em diferentes idiomas.

3. Lista de artistas cresce 55%

A curadoria apresentou, no final de janeiro de 2024, a lista de participantes da Bienal. A seleção, que em 2022 contava com 213 artistas, agora traz 332 nomes e uma presença significativa de brasileiros, entre indígenas, estrangeiros naturalizados, como Claudia Andujar, e grandes nomes do modernismo, a exemplo de Tarsila do Amaral.
Artistas como María Izquierdo, Frida Kahlo, Wifredo Lam, Judith Lauand, Tomie Ohtake, Diego Rivera, Joaquin Torres-García, Dalton Paula e Rubem Valentim também integram a lista.

4. Indígenas têm participação “emblemática”

De acordo com Pedrosa, artistas indígenas são frequentemente tratados como estrangeiros nos seus próprios países. O coletivo indígena brasileiro MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin – produziu um mural monumental para a fachada do Pavilhão Central, que abriga a exposição principal.

Bienal de Veneza
Pavilhão Central exibe um mural monumental, produzido pelo Coletivo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin). Foto: Instagram @mahkumovimento

A primeira sala irá conter uma instalação em grande escala do Coletivo Mataaho, uma colaboração de quatro mulheres Māori.

5. Artistas Yanomami exibem 31 obras

Os artistas Joseca Yanomami e André Taniki, ambos do povo Yanomami, participam da Bienal com a exibição de 31 obras.
Joseca participa da pré-abertura do evento de 16 a 19 de abril a convite da própria Bienal de Veneza e com apoio da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e da Galeria Millan.
Taniki também foi convidado pela Bienal de Veneza, no entanto, tem mais de 80 anos e não pode viajar para conhecer a exposição.

Bienal de Veneza
Joseca Yanomami é um dos artistas indígenas de participa da 60ª edição da bienal — Foto: Daniel Tancredi/Platô Filmes/ISA/Divulgação

A participação de Joseca na abertura do evento é considerada fundamental para reconhecimento da trajetória dele e para a divulgação da luta Yanomami no âmbito internacional. Os desenhos que farão parte da exposição foram cedidos pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), que há três anos adquiriu 92 obras de Joseca e em 2022 realizou a exposição “Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta”.

O repertório do artista Yanomami é composto pelas inspirações da cosmologia de seu povo, fazendo referência aos cantos, mitos xamânicos, a floresta, a defesa do território e os sonhos.

6. “Hãhãwpuá”, o Pavilhão do Brasil, tem curadores indígenas

Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana serão os curadores do Pavilhão entitulado “Hãhãwpuá”, o Pavilhão do Brasil na 60ª Bienal de Veneza.

Os três artistas que irão compor a exposição “Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam” serão Glicéria Tupinambá, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó. Este título deriva da instalação homônima da artista Glicéria Tupinambá, por meio da qual ela narra a sua missão de recuperar cultural e materialmente a tradição dos mantos Tupinambá que foram levados e hoje são expostos em diferentes museus europeus – ao todo existem espalhados pelo mundo 11 mantos. Não por coincidência, a exposição é realizada no ano em que um deles retorna ao Brasil depois de mais de três séculos na Europa.

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Glicéria Tupinambá

7. Homenagem a Anna Maria Maiolino

A artista plástica ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino, de 81 anos, será homenageada com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra. Nascida na Itália, a artista trabalha e vive atualmente em São Paulo, tendo obras espalhadas por mais de 30 museus pelo mundo, como como MoMA (Nova York), MoCA (Los Angeles), Masp (São Paulo), Malba (Buenos Aires), Reina Sofia (Madri), Centre Pompidou (Paris), Tate Modern (Londres) e Galleria Nazionale (Roma).

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Anna Maria Maiolino

A premiação marca a estreia da artista na Bienal de Veneza 2024, onde ela irá apresentar um trabalho inédito, dando seguimento à sua série de esculturas e instalações de argila.

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Thais de Albuquerque é Relações Públicas, artista visual e criadora de conteúdo. Atua há mais de 15 anos em marketing e criação de identidade visual para empresas, projetos e instituições. Em seu Instagram, desenvolve conteúdos autorais ligados a curiosidades sobre o mundo das artes.

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