Escultura

As Penumbras de Angelo Venosa

Por Paulo Varella - fevereiro 7, 2019
3812 0
Pinterest LinkedIn

Ousadas angulações, sólidos retorcidos e infinitas combinações que transitam do orgânico ao espetacular compõem Penumbra, mostra inédita do artista, com curadoria de Vanda Klabin

Novos horizontes de investigação e pesquisas estéticas do escultor Angelo Venosa serão exibidos ao público pela primeira vez, a partir de 23 de maio no Museu Vale, Vila Velha – ES. Na exposição, que comemora os 20 anos da instituição, o artista apresentará esculturas incorporadas às próprias sombras, conferindo um instigante universo poético ao espaço. Seis das esculturas foram criadas especialmente para a mostra.

Angelo Venosa
Angelo Venosa

Madeira, alumínio, acrílico, parafina, vidro, aço, ossos são alguns dos materiais que compõem as esculturas de Venosa e a singularidade de seu fazer artístico, desenvolvido a partir de sua experiência vinda de trabalhos artesanais (herdou do pai o conhecimento do trato com a madeira, o design). De natureza expansiva, desenvolveu atalhos históricos e tornou-se um dos maiores expoentes do cenário cultural contemporâneo. Sintonizado com novas tecnologias, passou a trabalhar também com impressões em 3D, imprimindo às suas esculturas infinitas possibilidades combinatórias.

– Inquietas e interrogativas, as obras de Angelo Venosa problematizam a visão do espectador – diz Vanda Klabin, ao revelar que o artista irá explorar no Museu Vale a equivalência entre as áreas cheias e vazias, através da projeção de sombras nas superfícies arquitetônicas da instituição. – Na medida em que esses trabalhos são desenvolvidos, as formas emergem e adquirem uma plasticidade inesperada. Toda uma noção de movimento se faz presente nessas sombras movediças, onde brotam as formas mais variadas e ambíguas e essas zonas de indeterminação adquirem uma presença plástica que se constrói e se experimenta no próprio espaço – conclui a curadora.

– A mostra de Angelo Venosa nas comemorações dos 20 anos do Museu Vale reitera o compromisso da instituição de promover a arte e a cultura como fenômeno de transformação e de formação dos jovens, diz Ronaldo Barbosa, diretor do Museu. Para Ronaldo, Venosa é um artista que caminha em paralelo com o seu tempo, sempre dedicado ao experimento de novos materiais, tecnologias e seus desdobramentos no seu processo criativo. – No Museu Vale, diz, o escultor irá surpreender ao exibir uma nova possibilidade de se perceber os seus trabalhos.

Após o período de exposição no Museu Vale, Penumbra segue para o Memorial Minas Gerais Vale, em Belo Horizonte, como parte do Programa de Itinerância Cultural. O programa prevê a troca de conteúdo artístico e cultural entre os quatro espaços culturais patrocinados pela Vale, localizados em quatro das cinco regiões brasileiras, além de ações de valorização da identidade cultural em munícipios pelo interior do país.

O artista

Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005).

Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana / Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.

Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi bem sucedida.

Você quer receber informações sobre cultura, eventos e mercado de arte?

Selecione abaixo o perfil que você mais se identifica.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

Inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários