Exposição “Realidade Imaginada” de Sônia Menna Barreto

Por Gabriel Magno - maio 31, 2019
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A exposição conta com mais de 90 obras da artista, entre pinturas, esculturas em bronze, em cerâmica e instalações. A curadoria é de Octavio Guastini.

Depois de 12 anos sem expor na cidade de São Paulo, Sônia Menna Barreto apresenta sua mais recente produção, revigorada por meio de pesquisas de materiais e temas. A artista foi aluna de grandes pintores, tendo frequentado o atelier de Luiz Portinari, irmão de Candido Portinari.

Nos últimos anos, Sônia expandiu seu universo artístico e iniciou experimentos em cerâmica e porcelana. Descobriu novas formas de se expressar ao entrar em contato com uma técnica milenar japonesa chamada ‘kintsugi’, também conhecida como “carpintaria de ouro”. Essa técnica centenária consiste em reparar com ouro peças de cerâmica quebradas, e virou, para a artista, também uma filosofia de vida. “Muitas peças podem quebrar acidentalmente, e se têm um valor real ou emocional, colamos com ouro. Comecei a entender melhor como aceitar os erros que vão acontecendo no meio dos processos”, conta.

Também com a nova técnica de ‘kintsugi’, a exposição Realidade Imaginada inclui a série “Broken Heart”, escultura em cerâmica pintada à mão e bronze. Entre as obras feitas em cerâmica e pintadas à mão está uma série dedicada à rainha Maria Antonieta, além de duas obras dedicadas a Catarina de Bragança, feitas recentemente. Sônia Menna Barreto também dedica parte de sua obra ao trompe-l’oeil, além da influência do surrealismo e do realismo fantástico. O trompe-l’oeil é um recurso técnico-artístico empregado com a finalidade de criar uma ilusão de ótica, como indica o sentido francês da expressão tromper, “enganar”, l’oeil, “o olho”.

Obra presente na Royal Collection

Outro destaque da exposição é a pintura “Leonard Cheshire”, única obra de uma artista brasileira presente na Royal Collection, de propriedade da família real britânica. A obra passou a fazer parte desta que é uma das principais coleções de arte do mundo em 2002, quando Sônia participou de uma cerimônia de entrega do quadro original no Palácio de Buckingham. A obra retrata alegoricamente a vida de Lord Leonard Cheshire, o piloto britânico mais condecorado durante os combates da Segunda Guerra Mundial.

Sobre Sônia Menna Barreto

Nascida em 1953, em São Paulo, vive e trabalha na capital. Em 1960, começou a desenhar. Em 1980, começou a frequentar o ateliê do artista Luiz Portinari (irmão de Cândido Portinari) no Centro de Artes Cândido Portinari. Teve contato com os trabalhos de Max Ernst, De Chirico, Magritte e Paul Devaux. Com participação nas mais conceituadas galerias no mundo, o destaque vai para o Salão do Centro de Arte Contemporânea, Paris, França; a “12th Annual Artexpo”, Jacob Javits Convention Center, Nova York, Estados Unidos; a Feira Internacional de Arte Contemporânea, Paris, França. Recebeu a Medalha de Prata no I Salão de Artes Plásticas Brigadeiro Eduardo Gomes, São Paulo, Medalha de Ouro, II Salão de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto, Primeiro Prêmio de Pintura, Chapel Art Show, São Paulo. Em 2001 entregou a obra “Leonard Cheshire” numa cerimônia do Palácio de Buckingham, passando a integrar a Royal Collection, pertencente à Família Real Britânica, sendo a primeira obra brasileira a se integrar nesta coleção. A artista já expôs na Rússia, Portugal, Inglaterra, França, Guatemala, Estados Unidos, e em diversas cidades brasileiras.

Sobre a Galeria de Arte André

Atualmente dirigida por Juliana Blau, a casa fundada em 1959 pelo romeno André Blau (1930-2018) ajudou a forjar o mercado de arte no Brasil e passou por diversos endereços até se consolidar na Rua Estados Unidos, entre a Avenida Rebouças e a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.

Referência no mercado de arte brasileira, há décadas a Galeria de Arte André acolhe gerações de artistas e incentiva o surgimento de colecionadores e amantes das artes. Conhecida pelo seu acervo de esculturas e obras de artistas como Di Cavalcanti, Candido Portinari, Alfredo Volpi, Aldemir Martins, Manabu Mabe, Hector Carybé, Roberto Burle Marx, entre muitos outros, a casa oferece ao público exposições periódicas e projetos educacionais e culturais.

60 anos da Galeria de Arte André

Uma das galerias de arte mais tradicionais da cidade de São Paulo, a Galeria de Arte André completa 60 anos em 2019 como a maior galeria de arte da América Latina e anuncia a fusão de suas sedes e acervos. Para celebrar seu aniversário de 60 anos, a galeria realiza quatro exposições ao longo de 2019. Dentre elas, duas são coletivas – a primeira e a última do ano – com curadoria assinada pelo crítico de arte Mario Gioia, reconhecido no Brasil e exterior.

A primeira delas é a mostra coletiva Entre Artes e Ofícios, Centros e Arrabaldes, que aconteceu em abril, e reuniu trabalhos de diversas gerações de artistas do Grupo Santa Helena e de nipo-brasileiros.

Agora, acontece a exposição individual de Sônia Menna Barreto, artista apresentada ao mercado pela Galeria de Arte André. A terceira mostra, por sua vez, é realizada em setembro e traz obras do artista Cássio Lázaro. Finalmente, em novembro, o encerramento das comemorações se dá por meio de uma mostra coletiva histórica e pelo lançamento do livro que conta a história da galeria.

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