Como artistas podem proteger a saúde mental
Selecionamos uma série de dicas recomendadas por Ana Finel Honigman, terapeuta e PhD em História da Arte.
O universo da arte – extremamente competitivo e desigual – pode contribuir para ansiedade, depressão e abuso de substâncias químicas. Muitos dos nomes mais conhecidos neste ramo lutaram contra o vício, de Jackson Pollock e Mark Rothko (álcool) a Jean-Michel Basquiat (heroína).
Ana Finel Honigman, terapeuta e PhD em História da Arte escreveu um livro chamado “What Alexander McQueen Can Teach You About Fashion”—uma biografia do famoso estilista que morreu tragicamente por suicídio em 2010.
Separamos uma entrevista que Ana concedeu para discutir como artistas podem proteger a saúde mental e maneiras de evitar gatilhos que possam sabotá-los.
Em suas palavras, existe um mito muito forte entre “loucura e genialidade” sobre artistas. Por um lado, é ótimo que possam explorar as dificuldades da profissão, serem excêntricos ou desafiarem as normas sociais; em contrapartida, é muito importante que a sociedade entenda os níveis de pressão que eles passam.
Como artistas podem proteger a saúde mental? Quais são suas principais dicas?
A arte pode ser muito solitária. A falta de estrutura e suporte para saber separar o trabalho dos outros aspectos da vida pode se tornar algo muito perigoso. Traçar limites são muito importantes.
Obras em Destaque
Aqui está uma breve lista de práticas úteis que Ana recomenda aos artistas que estão preocupados com sua saúde mental, bem como com o abuso de substâncias:
- Não acredite no mito de que priorizar a saúde mental e o bem-estar vão diminuir sua criatividade. Na maioria das vezes, quando transtornos por uso de substâncias ou doenças mentais se agravam, a criatividade cai vertiginosamente. O livro The Thirsty Muse, de Tom Dardis, demonstra este processo para Fitzgerald, Hemingway e outros autores.
- Encontre outras atividades criativas ou expressivas que sejam completamente separadas de tudo o que você faz profissionalmente. Se você trabalha com pintura, por exemplo, use a dança ou a música como formas de aliviar ansiedades sobre como você e os outros veem seu trabalho. Dessa forma, você se distrai e ainda estimula seu lado artístico sem a pressão do dia-a-dia.
- Use as redes sociais ao seu favor. Entre em grupos e fóruns que se concentram em questões relacionadas ao cotidiano de artistas. Neles você poderá compartilhar suas ideias, angústias, planos e até mesmo suas obras.
- Cerque-se de pessoas divertidas. Nas palavras de Ana, “o enfrentamento de traumas e a resolução de problemas de saúde mental podem ser assustadores e sombrios, mas rir com os outros torna a vida significativa e tudo mais suportável. Se você pode adicionar humor à sua vida diária, com respeito e compaixão, você pode sobreviver a qualquer coisa”.
- Se possível, faça terapia ou encontre um grupo de apoio para expressar suas preocupações e receber feedbacks a respeito das pressões que você lida com frequência.
Dicas complementares
- Experimente a meditação. Práticas de atenção plena, como a mindfulness, são altamente eficazes na redução dos sintomas de problemas de saúde mental, desde ansiedade e insônia até distúrbios alimentares. Você não precisa se dedicar por horas nem ser experiente para aproveitar os benefícios; existem diversos videos e aplicativos que podem ensinar o básico.
- Dê pequenos passos para impulsionar sua carreira: seja reformulando suas campanhas de e-mail, atualizando seu site, programando novas postagens / conteúdos ou finalmente sentando para fazer um inventário de suas obras de arte. Esses “mini objetivos” têm ajudado muitos artistas a adquirir um pouco mais de tranquilidade. Ocupar a mente em momentos difíceis pode ser uma boa alternativa para aliviar a tensão.
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Fonte
mentalhealth.org