7 artistas brasileiros de arte abstrata que você precisa conhecer!
Conheça melhor essa categoria artística e sua representação no Brasil
A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendida como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira “não representacional”.
Surge a partir das experiências das vanguardas europeias, que recusam a herança renascentista das academias de arte, em outras palavras, a estética greco-romana. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.
Antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era “concreto”.
Arte Abstrata no Brasil
No Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951). Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar:
1. Antônio Bandeira, 1922 – 1967, Fortaleza, Ceará
É um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do mundo. Com Aldemir Martins, Inimá de Paula e outros, fez parte do Movimento Modernista de Fortaleza, nos anos 1940.
Obras em Destaque
Renomado mestre da pintura abstrata — e também das aquarelas —, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris, integrando-se a eles plenamente até seu retorno ao Brasil em 1960.
2. Ivan Serpa, 1923 – 1973, Rio de Janeiro
Foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta. Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960).
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração.
3. Iberê Camargo, 1914 – 1994, Restinga Seca, Rio Grande do Sul
Foi um pintor, gravurista e professor brasileiro; uma grande referência para a arte gaúcha e brasileira, em geral.
Embora tenha estudado com figuras marcantes representativas de variadas correntes estéticas e formas de vista, não se pode afirmar que tenha se filiado a alguma. Suas obras estiveram presentes, e sempre reapresentadas, em grandes exposições pelo mundo inteiro, como na Bienal de São Paulo e na Bienal de Veneza.
O pintor matou a tiros o engenheiro Sérgio Alexandre Esteves Areal, de 32 anos. Uma versão diz que o homem discutia com uma mulher quando Camargo se intrometeu. Após uma luta, o pintor teria atirado no engenheiro.
Segundo a Fundação Iberê Camargo, ele passou um mês preso e foi absolvido por legítima defesa. Ao ser absolvido, em 1982, ele volta a viver em Porto Alegre. A pintura que começa a fazer depois ganha tom dramático. A princípio, insere figuras humanas que convivem, em grandes telas, com signos mais corriqueiros de sua obra. Ele se retrata em meio a carretéis e cubos.
4. Manabu Mabe, 1924 – 1997, Kumamoto
Manabu Mabe, japonês naturalizado brasileiro, chegou ao Brasil ainda criança e, com a família, trabalhou nos cafezais do interior paulista (início do século XX).
Com os lápis crayon trazidos da escola primária do Japão, ele retratava a paisagem em papel ou em sacos de café. Adulto, Mabe instala-se em São Paulo decidido a viver de sua arte. Pinta natureza-morta, corpo humano e se deixa seduzir pelo cubismo, mas seu destino é ser o pioneiro do abstracionismo no Brasil.
Sua obra é vista em exposições nacionais e internacionais e, na esteira do sucesso de crítica e público, chega o reconhecimento na forma de importantes premiações. O artista registrou o belo e o calor das cores brasileiras, adotando um estilo único chamado de pintura gestual, que mistura a caligrafia japonesa com manchas cromáticas.
5. Waldemar Cordeiro, 1925 – 1973, Roma, Itália
Artista plástico ítalo-brasileiro, paisagista e crítico de arte, Waldemar Cordeiro nasceu em Roma em 1925, onde estudou na Academia de Belas Artes, mudando-se para São Paulo em 1946. A partir daí, sua obra ingressa no abstracionismo, abandonando as características expressionistas de seus primeiros trabalhos.
Em 1949 participou da mostra Do figurativo ao abstracionismo, que marca o início das atividades do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Mam-SP). Depois, em 1952, cria o Grupo Ruptura, junto a nomes como Geraldo de Barros, Lothar Charoux e Luís Sacilotto.
Tornou-se o líder do movimento concreto em São Paulo, estabelecendo contato com os poetas concretos Décio Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de Campos, introdutores do concretismo na poesia.
6. Lygia Clark, 1920 – 1988, Belo Horizonte, Minas Gerais
Lygia Pimentel Lins, conhecida como Lygia Clark, foi artista visual, pintora, escultora, desenhista, psicoterapeuta e professora de artes plásticas brasileira.
Fez parte do neoconcretismo e a partir da década de 1960, começou a trocar a pintura pela experiência com objetos tridimensionais.
Após ir para a Europa, seu trabalho passou a focar em expressões corporais. Suas obras lhe renderam reconhecimento internacional a partir de 1980.
7. Hélio Oiticica, 1937 – 1980, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Hélio Oiticica foi um dos artistas mais radicais do século XX no panorama da arte brasileira e internacional. Seus experimentos renovaram meios e suportes tradicionais (como o desenho, a pintura, a escultura, o objeto, o filme e o vídeo) criando novas formas e mídias.
Caracterizada pelo rigor conceitual, com origens na linguagem do construtivismo europeu, do concretismo e da abstração geométrica, a produção de Oiticica é extremamente vital, sensorial, comprometida com a experiência, com a participação e com o corpo (tanto do artista quanto dos espectadores-participantes).
Isso fica evidente em sua obra “Os Parangolés”.
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